Alvo de ataques nos últimos dias por parte do presidente Jair Bolsonaro, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pediu o fim da ‘brincadeira’ e que o País passe a ser levado a sério. Bolsonaro concedeu uma entrevista à TV Band, divulgada hoje, na qual afirma que Maia está "abalado" por questões pessoais. “Abalados estão os brasileiros que esperam desde janeiro que o Brasil comece a funcionar”, disse Maia ao ser questionado sobre as declarações do presidente.
“São 12 milhões de desempregados, capacidade de investimento diminuindo”, citou. “Está na hora de pararmos com esse tipo de brincadeira. Está na hora dele (Bolsonaro) sentar na cadeira e o parlamento aqui, e, em conjunto, resolvermos os problemas do Brasil”, declarou.
Em resposta ao presidente da Câmara, o presidente Jair Bolsonaro classificou como irresponsável a declaração do parlamentar fluminense."Se foi isso mesmo que ele falou, eu lamento. Não é uma palavra de uma pessoa que conduz uma Casa. Muita irresponsabilidade", disse Bolsonaro a emissoras de televisão, após encontro com empresários e artistas na casa do fundador da Cyrela, Elie Horn.
Bolsonaro ainda afirmou que não existe brincadeira de sua parte. "Muito pelo contrário, eu lamento palavras nesse sentido. Até quero não acreditar que ele tenha falado isso", declarou.
Rodrigo Maia disse que não dá mais para perder tempo com coisas secundárias, que não vão resolver a fome dos brasileiros. Para ele, é necessário focar no que é considerado fundamental para o País. Ele voltou a ressaltar, como tem feito nos últimos dias, que defende como prioridade a reforma da Previdência para a recuperação da economia brasileira. “Vamos parar de brincadeira e vamos tratar de forma séria. O Brasil precisa de um presidente funcionando. Precisamos que o governo do Bolsonaro dê certo, gere empregos”, disse.
O presidente da Câmara foi questionado se irá colocar no plenário algumas das chamadas pautas-bomba. “Não tem a menor possibilidade de votar qualquer pauta-bomba e nenhum projeto que gere aumento de despesas sem um diálogo com a equipe econômica”, afirmou.
Camila Turtelli e Daniel Weterman, O Estado de S.Paulo