O governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência Social) registrou déficit primário de 20,399 bilhões de reais em setembro, pior resultado da série histórica, informou o Tesouro Nacional nesta sexta-feira. Este é o quinto resultado mensal negativo consecutivo registrado nas contas do Governo Central em 2014. Apenas em três meses (janeiro, março e abril), as contas do governo ficaram no azul em 2014. O resultado de setembro ficou também abaixo da mediana dos analistas de mercado, que esperavam um valor negativo de 12,9 bilhões de reais.
Os dados confirmam a rápida deterioração das contas públicas em 2014. O resultado reflete, sobretudo, o aumento dos gastos do governo nas eleições, as concessões com desonerações de tributos e baixo crescimento que derrubou a arrecadação.
O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, informou que o governo encaminhará ao Congresso Nacional uma proposta de alteração da meta de superávit primário para 2014 e da Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO). Segundo ele, o resultado de setembro foi crucial para essa decisão. Ele disse que a nova meta será anunciada até o próximo decreto de programação orçamentária que será divulgado em 22 de novembro. “O resultado de setembro colocou esse necessidade”, disse. Ele disse que não está sendo discutida a alteração da meta de superávit primário em 2015, conforme revelou o Broadcast. O governo quer fazer o ajuste de 2015 por meio de aumento de receitas e queda de despesas.
Agora sabemos o motivo do atraso na divulgação dos dados em época eleitoral… A verdade é que o governo Dilma vem dilapidando os cofres públicos, o último pilar do legado da era FHC, do tripé macroeconômico: a responsabilidade fiscal.
Existem apenas três formas de o governo se financiar: emitir dívidas, arrecadar impostos e apelar para o imposto inflacionário, disfarçado. O governo Dilma já elevou nosso endividamento para patamares extremamente preocupantes, acima de 60% do PIB; aumentou a carga tributária, que já chega a quase 40% do PIB, patamar escandinavo apesar dos serviços africanos; e já deixou a inflação sair de controle e rodar em torno de 7% ao ano, patamar extremamente elevado.
Por trás de tudo isso está um governo perdulário, gastador, e incompetente na gestão da economia, fruto de um ranço ideológico. O desenvolvimentismo nacionalista é um fracasso retumbante, uma vez mais. O governo acredita que basta estimular demanda com crédito e gasto público, que a oferta vem atrás. Ledo engano.
O resultado está aí: todas as contas públicas no vermelho. Alguém acha que o governo vai realmente pisar no freio em seus gastos agora? Duvido! Vai é tentar aumentar arrecadação, ainda mais, e continuar apelando para o imposto inflacionário. É um modelo terrível, como aquele adotado na Argentina. E vale notar que esses dados contam com receitas extraordinárias, que não se repetem. O quadro real é ainda pior:
“O socialismo dura até acabar o dinheiro dos outros”, disse Thatcher. O governo do PT vem gastando o que não tem, como se não houvesse amanhã. Há. E sob o próprio governo petista, que terá de arcar com a fatura. Como governos não quebram, eles quebram as nações. Somos nós, indivíduos, que seremos obrigados a pagar pela irresponsabilidade dessa gestão.
E pensar que ainda tem gente, até economista do BNDES, falando em “inflação do bem” e pedindo mais gastos públicos, mais crédito estatal, mais do veneno que vem nos matando. Afinal, austeridade virou sinônimo de palavrão na cabeça dos incautos. E os incautos estão no poder!