Lino Rodrigues - O Globo
Com queda nas vendas, lay off na montadora já atinge 1.780 funcionários em duas unidades de São Paulo
A General Motors (GM) vai suspender a partir do dia 10 de novembro o contrato de trabalho de 850 empregados de sua fábrica em São Caetano do Sul, no ABC paulista. A medida, fechada ontem, terá duração de cinco meses (até o dia 9 de abril de 2014), foi negociada com o Sindicato dos Metalúrgico de São Caetano, filiado a Força Sindical. E, segundo a entidade, é uma alternativa a demissão de 1.070 trabalhadores, considerados excedentes pela montadora. Este é o segundo lay off na empresa. Na unidade de São José dos Campos, outros 930 funcionários foram afastados em setembro e permanecerão em casa até fevereiro de 2014.
— Foi difícil reverter a posição inicial da empresa que queria dispensar 1.070 trabalhadores — disse Aparecido Inácio da Silva, presidente do sindicato, lembrando que a situação do emprego no ABC está a “cada dia mais difícil”.
— O governo está patinando. Se não houver uma reação do mercado de automóveis, da economia não vamos ter lay off, mas demissões — criticou ele.
Segundo o sindicalista, outros 200 trabalhadores foram afastados pela montadora nos últimos 30 dias — 39 que atenderam ao Programa de Demissão Voluntária (PDV) aberto pela GM, 45 que tiveram seus contratos por prazo determinado vencidos e, o restante, demitidos sem justa causa. A montadora também abriu PDV para os seus funcionários em São Caetano e São José dos Campos.— O governo está patinando. Se não houver uma reação do mercado de automóveis, da economia não vamos ter lay off, mas demissões — criticou ele.
Segundo o sindicalista, outros 200 trabalhadores foram afastados pela montadora nos últimos 30 dias — 39 que atenderam ao Programa de Demissão Voluntária (PDV) aberto pela GM, 45 que tiveram seus contratos por prazo determinado vencidos e, o restante, demitidos sem justa causa. A montadora também abriu PDV para os seus funcionários em São Caetano e São José dos Campos.— O governo está patinando. Se não houver uma reação do mercado de automóveis, da economia não vamos ter lay off, mas demissões — criticou ele.
A indústria automotiva vem enfrentando uma redução nas vendas desde o inícío do ano. Entre janeiro e setembro, o número de veículos vendidos caiu 8% na comparação com o mesmo período do ano passado. Procurada, a GM não quis se pronunciar sobre o assunto.
Na negociação do lay off, ficou decidido que os trabalhadores terão seus direitos trabalhistas preservados (13º salário, férias, FGTS e reajustes) e todos os benefícios durante o período de suspensão do contrato. O sindicato negociou ainda uma garantia de seis meses de salário, em caso de demissão, após os funcionários retornarem da paralisação. Também conseguiu que a montadora se comprometesse a manter pouco mais de 100 funcionários de prontidão na fábrica para atender qualquer emergência. Pela legislação, os trabalhadores terão que frequentar cursos de qualificação para receber a bolsa do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), valor que será complementado pela GM.
— Com a complementação que negociamos com a empresa, os trabalhadores deste lay off vão receber praticamente o salário integral — afirmou Silva.
Esse é a segunda vez que GM suspende contratos de trabalho na unidade de São Caetano. A primeira, que aconteceu em 1999, atingiu 600 trabalhadores e inaugurou o termo lay off em montadoras no país.