quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Economia dos Estados Unidos cresce mais que o esperado no terceiro trimestre: 3,5% anuais

Reuters

Gastos com defesa e queda nas importações de petróleo puxaram expansão do PIB

Porto de Oakland, na Califórnia: importações menores de petróleo puxaram PIB - Bloomberg News / Ken James


WASHINGTON - Um déficit comercial menor e um salto nos gastos com defesa sustentaram o crescimento econômico dos Estados Unidos no terceiro trimestre, mas outros detalhes do relatório divulgado nesta quinta-feira indicaram certa perda de ímpeto na atividade.

O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu a uma taxa anual de 3,5%, informou o Departamento do Comércio nesta quinta-feira, superando a expectativa de economistas de 3%.

Embora o ritmo de crescimento nos investimentos empresariais, moradias e gastos de consumidores tenham desacelerado ante o segundo trimestre, todas essas categorias contribuíram com o crescimento.

Os dados foram publicados um dia depois de o Federal Reserve, banco central dos EUA, ter encerrado seu programa de compra de títulos. Autoridades do Fed disseram que há força suficiente na economia mais ampla.

O déficit comercial menor refletiu uma queda nas importações, que caíram no ritmo mais rápido desde o quarto trimestre de 2012. Isso foi atribuído principalmente à queda nas importações de petróleo.

O comércio contribuiu com 1,32 ponto percentual ao crescimento. Embora existam receios de que o dólar mais forte e a desaceleração das economias chinesa e da zona do euro vão afetar o crescimento das exportações dos EUA, economistas acreditam que o impacto será marginal.

Os gastos do governo também foram um impulso, com gastos com defesa crescendo no ritmo mais rápido desde o segundo trimestre de 2009.

CRESCE NÚMERO DE PEDIDOS DE SEGURO-DESEMPREGO

Uma das poucas áreas que pesou sobre o crescimento foi a de estoques, que subtraiu 0,57 ponto percentual do PIB após ter contribuído com 1,42 ponto percentual no segundo trimestre.

O crescimento em investimentos empresariais desacelerou no terceiro trimestre, com gastos com equipamentos crescendo apenas a uma taxa de 7,2%. Economistas esperavam um segundo trimestre consecutivo de crescimento de dois dígitos.

Os gastos empresariais em estruturas e produtos intelectuais também desacelerou.
Embora o crescimento dos gastos de consumidores tenha desacelerado para um ritmo de 1,8% ante 2,5% no segundo trimestre, eles ainda contribuíram com 1,22 ponto percentual ao crescimento do PIB.

Os gastos de consumidores são responsáveis por mais de dois terços da atividade econômica dos EUA.

O ritmo moderado de gastos de consumidores ajudou a manter as pressões inflacionárias contidas durante o trimestre, com os dois índices de preços no relatório registrando fortes desacelerações.

A queda nos preços da gasolina e a aceleração do crescimento do emprego, que deve elevar os salários, devem beneficiar os gastos de consumidores no quarto trimestre.

Já o Departamento do Trabalho informou nesta quinta-feira que o número de americanos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego subiu pela segunda semana seguida na semana passada, mas permaneceu em níveis consistentes com um mercado de trabalho firme.

Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego aumentaram 3 mil na semana encerrada em 25 de outubro, para 287 mil, segundo dados ajustados sazonalmente, informou o Departamento do Trabalho nesta quinta-feira.

A média móvel de quatro semanas, considerada uma medida melhor das tendência do mercado de trabalho porque atenua a volatilidade semanal, caiu 250, para 281 mil. Esses níveis indicam fortalecimento nas condições do mercado de trabalho.