Partido cita “denúncias das mais variadas ordens”, descrença da sociedade manifestada em redes sociais — e quer que TSE crie comissão para avaliar sistema utilizado no pleito
Quatro dias depois das eleições, o PSDB ingressou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta quinta-feira com um pedido de auditoria sobre o resultado das eleições presidenciais.
[É a primeira vez, desde a volta das eleições diretas, em 1989, que um partido político importante adota esta medida.]
O partido, derrotado pela presidente Dilma Rousseff por uma diferença de três pontos, quer que a Corte crie uma comissão especial formada por representantes indicados pelos partidos políticos para avaliar a fiscalização dos sistemas utilizados no pleito.
Na ação, o coordenador Jurídico Nacional do PSDB, o deputado federal Carlos Sampaio (SP), ressaltou que, passadas as eleições, surgiram uma série de denúncias e desconfianças por parte da população. [O deputado Carlos Sampaio, professor de Direito, é promotor de Justiça de carreira do Ministério Público do Estado de São Paulo.]
“Nas redes sociais, os cidadãos brasileiros vêm expressando, de forma clara e objetiva, a descrença quanto à confiabilidade da apuração dos votos e a infalibilidade da urna eletrônica, baseando-se em denúncias das mais variadas ordens, que se multiplicaram após o encerramento do processo de votação, colocando em dúvida desde o processo de votação até a totalização do resultado”, diz.
Tendo em vista “dissipar quaisquer dúvidas”, Sampaio pede uma auditoria nos sistemas de votação com base em diversos documentos, como as cópias de boletins de urnas de todas as sessões eleitorais do país e dos logs originais e completos das urnas, além de todas as ordens de serviços e registros técnicos sobre atualização e manutenção do sistema e acesso aos programas e todos os arquivos presentes nas urnas eletrônicas.
O TSE ainda não se manifestou sobre o pedido.