Faz três dias que o presidente do Santander tenta falar por telefone com a presidente da República. Faz três dias que Dilma Rousseff manda dizer que está ocupada. Mas é improvável que Emilio Botín desista de ampliar o notável acervo de humilhações acumulado desde sexta-feira, quando soube da colérica reação dos donos do poder ao retrato sem retoques da paisagem econômica brasileira distribuído pelo banco entre um grupo de clientes.
Pelo que anda fazendo, Botín parece disposto a provar que é o único executivo do mundo capaz de dirigir um grande banco de joelhos. Primeiro, ajoelhou-se diante de Dilma com um pedido de desculpas que a destinatária, na sabatina da Folha, rebaixou a “protocolar”. Depois, ajoelhou-se diante de Lula para entregar-lhe a cabeça da profissional que coordenou com correção e competência o trabalho encomendado pela direção do Santander.
“Essa moça não entende porra nenhuma de Brasil e de governo Dilma”, berrara o palanque ambulante numa discurseira para os companheiros amestrados da CUT. A ofensa do grosseirão vocacional, que só sabe ser generoso na hora de pagar com dinheiro público os gastos das roses noronhas, precedeu a exigência repulsiva: o antigo dirigente sindical cobrou a demissão de uma bancária: “Manter uma mulher dessa num cargo de chefia, sinceramente… Pode mandar ela embora e dar o bônus dela para mim”.
A primeira ordem já foi cumprida. Falta acertar o tamanho do bônus. Feito isso, só faltará sujeitar-se às vontades do PT, que considera “terrorismo eleitoral” qualquer reparo à desastrosa política econômica do governo lulopetista. Se tornar definitiva a opção preferencial pela vassalagem, Botín terá de escolher entre dois becos sem saída.
O primeiro começa na interrupção da montagem de relatórios analíticos sobre o quadro político-econômico e termina a centímetros do penhasco: o Santander pode perder uma multidão de contas para os bancos que continuarão contando aos clientes o que não é novidade sequer para os índios das tribos isoladas: a possível reeleição de Dilma é uma hipótese apavorante para quem vê as coisas como as coisas são ─ e viu o que fez em três anos e meio o poste que Lula instalou no Planalto.
O segundo beco sem saída começa na fabricação de análises desenhadas para agradar ao governo, passa ao largo de pedidos de desculpas à oposição e acaba na barreira erguida pela credibilidade zero. Caso decida avançar por aí, Botín não demorará a presidir uma instituição com a imagem em frangalhos. Em compensação, certamente ganhará a sonhada audiência com Dilma Rousseff.
A temperatura do encontro ficará mais agradável se Botin presentear Dilma com um par de sapatos para dormir. Talvez até consiga convencer a presidente a aplicar no Santander aqueles 150 mil que guarda debaixo do colchão.
Pelo que anda fazendo, Botín parece disposto a provar que é o único executivo do mundo capaz de dirigir um grande banco de joelhos. Primeiro, ajoelhou-se diante de Dilma com um pedido de desculpas que a destinatária, na sabatina da Folha, rebaixou a “protocolar”. Depois, ajoelhou-se diante de Lula para entregar-lhe a cabeça da profissional que coordenou com correção e competência o trabalho encomendado pela direção do Santander.
“Essa moça não entende porra nenhuma de Brasil e de governo Dilma”, berrara o palanque ambulante numa discurseira para os companheiros amestrados da CUT. A ofensa do grosseirão vocacional, que só sabe ser generoso na hora de pagar com dinheiro público os gastos das roses noronhas, precedeu a exigência repulsiva: o antigo dirigente sindical cobrou a demissão de uma bancária: “Manter uma mulher dessa num cargo de chefia, sinceramente… Pode mandar ela embora e dar o bônus dela para mim”.
A primeira ordem já foi cumprida. Falta acertar o tamanho do bônus. Feito isso, só faltará sujeitar-se às vontades do PT, que considera “terrorismo eleitoral” qualquer reparo à desastrosa política econômica do governo lulopetista. Se tornar definitiva a opção preferencial pela vassalagem, Botín terá de escolher entre dois becos sem saída.
O primeiro começa na interrupção da montagem de relatórios analíticos sobre o quadro político-econômico e termina a centímetros do penhasco: o Santander pode perder uma multidão de contas para os bancos que continuarão contando aos clientes o que não é novidade sequer para os índios das tribos isoladas: a possível reeleição de Dilma é uma hipótese apavorante para quem vê as coisas como as coisas são ─ e viu o que fez em três anos e meio o poste que Lula instalou no Planalto.
O segundo beco sem saída começa na fabricação de análises desenhadas para agradar ao governo, passa ao largo de pedidos de desculpas à oposição e acaba na barreira erguida pela credibilidade zero. Caso decida avançar por aí, Botín não demorará a presidir uma instituição com a imagem em frangalhos. Em compensação, certamente ganhará a sonhada audiência com Dilma Rousseff.
A temperatura do encontro ficará mais agradável se Botin presentear Dilma com um par de sapatos para dormir. Talvez até consiga convencer a presidente a aplicar no Santander aqueles 150 mil que guarda debaixo do colchão.