quarta-feira, 30 de julho de 2014

Governo Dilma registra o pior superávit em 14 anos

- O Globo

Em junho, o déficit primário foi de R$ 1,94 bilhão

 
O governo central – que reúne Tesouro Nacional, Previdência Nacional e Banco Central – registrou no acumulado de janeiro a junho, um superávit primário de R$ 17,23 bilhões – uma queda de 50,1% na comparação com os R$ 34,55 bilhões registrados no mesmo período do ano passado. É o pior resultado do primeiro semestre desde 2000. No primeiro semestre daquele ano, o governo central economizou R$ 15,43 bilhões, segundo os dados do Tesouro.

O Tesouro Nacional destacou que, no primeiro semestre, as despesas do governo central cresceram 10,6% na comparação com o mesmo período de 2013. Enquanto isso, as receitas aumentaram 7,2%.

Em junho, o déficit primário foi de R$ 1,94 bilhão. Isso significa que o governo gastou mais do que arrecadou e não conseguiu economizar para pagar juros da dívida pública no mês passado. Em junho de 2013, o governo central havia registrado superávit primário de R$ 1,28 bilhão.

O governo fixou a meta de superávit primário para o setor público consolidado (que inclui União, governos regionais e empresas estatais) em R$ 99 bilhões ou 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano. Desse total, o governo central deve cumprir um esforço fiscal de 1,55% e os governos regionais, de 0,35%.

O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, afirmou que a expectativa do governo é de uma melhora da atividade econômica e, consequentemente, da arrecadação no segundo semestre deste ano.

Arno destacou que, em agosto, deverá haver uma entrada elevada de recursos referentes ao Refis, programa de parcelamento de débitos das empresas. Com isso, ele manteve a meta de superávit primário de R$ 39 bilhões para o quadrimestre de maio a agosto.

— Esperamos uma arrecadação forte em agosto de Refis. Estamos trabalhando com a meta — disse.
— A nossa expectativa e a gente já viu sinais nesse sentido é que o segundo semestre venha ser melhor em termos de crescimento econômico e, portanto, em receitas — afirmou o secretário.

Augustin ressaltou que, no relatório de avaliação de receitas e despesas primárias do primeiro bimestre, o governo elevou em cerca de R$ 6 bilhões a estimativa de arrecadação com o Refis. A previsão é que, entre julho e dezembro, o governo arrecade R$ 18 bilhões com a reabertura do Refis.

O governo central registrou queda de 50% no superávit primário no primeiro semestre mesmo com a entrada de mais dividendos das empresas estatais. Segundo o relatório do Tesouro, no primeiro semestre, entraram R$ 10,49 bilhões em dividendos nos cofres públicos – uma queda de 36,3% na comparação com os R$ 7,69 bilhões registrados no mesmo período de 2013.