Renato Onofre - O Globo
Picos de energia atrapalharam a recepção de autoridades, como governadores e ministros do STF
Houve queda de energia elétrica por quarto vezes durante a cerimônia de inauguração do Templo de Salomão, da Igreja Universal do Reino de Deus, na noite desta quinta-feira. Umas das quedas ocorreu bem na hora da chegada da presidente Dilma Rousseff ao local. A petista foi obrigada a subir três andares de escada.
As quedas foram rápidas, mas por precaução há caminhões com geradores estacionados nos arredores. Cerca de 15 governadores estão presentes na cerimônia, além dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio Mello.
O vice-presidente Michel Temer e alguns governadores chegaram a ficar perdidos dentro do templo no momento de uma das quedas. Seguranças da Universal não tinham lanternas foram obrigados a usar celulares para iluminar o trajeto.
Cerca de 5 mil de fiéis da igreja ocupavam, nesta quinta-feira, o entorno do Templo de Salomão, no Brás, em São Paulo, no começo da noite desta quinta-feira. A construção tem mais de 70 mil metros quadrados e custou R$ 680 milhões.
Obreiros e colaboradores da Universal, vestidos de camiseta branca com a imagem do templo estampada, cercaram o quarteirão onde está a nova sede da instituição e também ocuparam pelo menos três quarteirões ao redor. Para circular na região é necessário passar por imensos "corredores poloneses" de voluntários. Todas as entradas do Templo de Salomão estão com seguranças particulares e policiais à paisana. A Polícia Militar estimou em 5 mil o total de pessoas na região.
Dentro do terreno do templo, na entrada principal, obreiros, com gravatas e lenços com logos da Universal, cercavam o tapete vermelho colocado para ligar a nova construção a uma outra sede da igreja localizada a cerca de 300 metros de distância.
Caravanas vieram de países latino-americanos, africanos e dos Estados Unidos à inauguração do Templo de Salomão. De Quito, Equador, um grupo de 20 pessoas chegou ao Brasil nesta quinta feira. Fillipe Ramires há oito anos frequenta a Universal, ele veio com um grupo de amigos e conseguiu a credencial para acompanhar a primeira cerimônia do novo templo.
— É indescritível estar aqui. Sinto deus em todos os lugares —afirmou o jovem ,que disse ao GLOBO que a viagem foi custeada por eles, mas a Universal arrumou hospedagem na casa de um obreiro.
Duas manifestações estavam marcadas para acontecer em frente ao Templo de Salomão, mas até o início da cerimônia de abertura não havia sinal dos manifestantes. A todo momento, voluntários passavam entre os colaboradores pedindo para que eles não aceitassem nenhum tipo de provocação.
A rotina dos moradores também mudou. Desde às 15h, o trânsito na região foi afetado. Alguns comércios anteciparam o expediente e encerraram o dia de trabalho. Quem ficou aberto tentou lucrar com a proximidade com o novo vizinho. Em bares da região, miniaturas do Templo eram vendidas a R$ 40.
— Estamos nos adaptando. Acho que vai mudar muito o comércio na região — afirmou Eugênio Rodrigues, proprietário de um bar vizinho a obra.