O Globo
Empresa teve perdas de US$ 144 milhões, mas receita sobe e surpreende expectativas
SAN FRANCISCO - Pela primeira vez desde que fez sua estreia na bolsa de valores, o Twitter agradou seus investidores, ao divulgar um aumento significativo de sua base de usuários, combinado com uma alta na receita além das expectativas. Segundo dados divulgados nesta quarta-feira, a rede de microblgos fechou o segundo trimestre com 271 milhões de usuários ativos mensais, crescimento de 24% na comparação com mesmo período do ano passado. Já a receita no período cresceu 124%, para US$ 312 milhões.
Os dois principais dados superaram as projeções dos analistas. Em relação ao número de usuários, a previsão era de 267 milhões. Já para a receita, a expectativa era de alta para US$ 283 milhões. O resultado fez com que as ações da companhia chegassem a subir 34%. Na tarde desde quarta, os papéis se valorizavam 21%, a US$ 46,9.
Apesar da empolgação do mercado, o Twitter continua a ser uma empresa que não dá lucro. No segundo trimestre, o prejuízo registrado foi de US$ 144,6 milhões. No entanto, desconsiderando custos como compensações de ações, a empresa conseguiu entregar um pequeno ganho aos acionistas, de US$ 0,02 por ação (a projeção do mercado era de prejuízo de US$ 0,01 por papel).
O bom resultado da companhia de São Francisco vem após um mês especial para a rede social, marcado pela Copa do Mundo. Graças a competição, o serviço quebrou diversos recordes, inclusive o de maior número de mensagens enviadas em um minuto, com o pico de 618.725 tweets enviados logo após a vitória da Alemanha, na final no Maracanã.
O diretor-executivo do Twitter, Dick Costelo, no entanto, descarta que a alta na base de usuários tenha sido pontual, causada apenas pela Copa. O executivo afirma que a empresa investiu em novas tecnologias, como a que permite a adesão mais rápida ao serviço, seduzindo novos usuários.
— Temos uma noção do tipo de coisas que fazemos para aumentar o crescimento; foi fruto de mudanças ao longo do ano, como novas fluxos de onboarding (como um usuário ingressa na plataforma) e notificações push (exibidas automaticamente na timeline) — disse Costelo, em entrevista ao “Financial Times”.
O aumento da base de usuários tem sido a principal preocupação de investidores, desde o IPO do Twitter, no ano passado, em meio a sensação de que o serviço perdia popularidade para rivais como o gigante Facebook. Hoje, a empresa ainda ocupa parcela tímida do mercado de publicidade online, que deve chegar a US$ 32,7 bilhões neste ano, segundo dados da consultoria eMarketer, que espera que a companhia consiga abocanhar uma parcela de 2,8% do setor até o fim de 2014.