quinta-feira, 31 de julho de 2014

Montadoras voltam a adotar medidas para reduzir produção. A crise de Dilma parece não ter fim

- O Globo

Vendas de veículos em queda apontam para novo período de férias coletivas e lay-off

 
Depois de um primeiro semestre com queda de 7,65% nas vendas e de mais de 35% nas exportações, as montadoras estão voltando a adotar medidas para ajustar o ritmo de produção ao fraco desempenho do mercado doméstico de veículos. A Fiat anunciou nesta quinta-feira que colocará 800 trabalhadores de sua fábrica de Betim (MG) em férias coletivas por 10 dias (de 11 a 20 de agosto). Já a Ford, a exemplo da GM de São José dos Campos, optou por suspender o contrato de trabalho (lay-off) de parte dos trabalhadores de sua unidade de Taubaté, também no interior de São Paulo. Segundo a montadora americana, o número de empregados que ficarão em lay-off está sendo definido em uma negociação com o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté. Atualmente, a fábrica tem cerca de 1.800 empregados.

Segundo a marca italiana, a medida se destina a “adequar os níveis de estoques à demanda do mercado e a balancear o mix de modelos produzidos ao perfil da demanda”. Durante o período de férias coletivas, deixarão de ser produzidos cerca de 10 mil veículos. Em abril, a Fiat já havia colocado 800 funcionários em férias por 20 dias, com o objetivo de fazer um "balanceamento de estoque”. Ainda por conta dos efeitos da crise, a Fiat encerrou um dos três turnos da fábrica, e transferiu 3 mil operários para o primeiro e segundo turnos. A medida acabou se refletindo em uma redução de 600 veículos por dia, de 3.000 unidade/dia para 2.400.

Na Ford, as paradas também não são mais novidade. Entre 9 e 25 de junho, a empresa deixou em casa os 3,5 mil funcionários da unidade de Camaçari (BA). Com a paralisação da produção, deixaram de ser produzidos cerca de mil carros por dia. Sem alternativa, os fornecedores instalados no complexo industrial da montadora tiveram que acompanhar a parada de produção.

Na GM, não tem sido diferente. Depois de um período de 15 dias de férias coletivas, encerrado no dia 22 de julho, para os 5.400 trabalhadores da unidade de São José dos Campos, dois dias depois a montadora comunicou ao sindicato dos metalúrgicos local que pretende abrir um lay-off ainda em agosto. O sindicato disse que é contra e alegou que no último lay-off , em agosto de 2012, a GM suspendeu o contrato de 940 trabalhadores, o que resultou em 598 demissões.

Nesta sexta-feira, representantes do sindicato e da montadora se reúnem para definir como será implantada a medida desta vez. O presidente do sindicato, Antonio Ferreira de Barros, diz que os trabalhadores são contra e cobra a manutenção dos empregos nas montadoras em troca dos benefícios da prorrogação até o final do ano da redução do IPI para automóveis.