quarta-feira, 30 de julho de 2014

Quentin Tarantino e Christopher Nolan se unem para salvar a Kodak

O Globo

Fabricante de filmes negocia com Hollywood meios de manter as produções em película


O cineasta Quentin Tarantino Foto: Andrew Kelly / Reuters
O cineasta Quentin Tarantino - Andrew Kelly / Reuters



 


A Kodak está em negociações com os grandes estúdios de Hollywood na esperança de chegar a um acordo que garanta o futuro da película — ou pelo menos que faça o uso do material resistir por mais alguns anos. A mudança das filmagens para o sistema digital fez os lucros da companhia despencarem e a produção de película caiu em 96% nos últimos sete anos.

Vários cineastas de destaque, incluindo Quentin Tarantino, Christopher Nolan, Judd Apatow e JJ Abrams, se manifestaram em apoio a Kodak, defendendo a prática de filmar em película. O diretor de "Pulp fiction" e "Django livre" sempre foi um defensor do modo tradicional de se fazer cinema. "Eu consigo lidar com todas essas coisas digitais... eu filmo em película", disse em entrevista ao "Hollywood Reporter" em 2012.

Abrams, que está filmando o sétimo episódio da franquia "Star Wars' em película, também defendeu o método. "Se o filme (de celuloide) for embora - e o digital está provocando isso - então o alto padrão, a melhor qualidade, também irá embora", disse o diretor de "A origem", em 2013.

Os termos exatos que a Kodak busca num acordo ainda são desconhecidos, mas acredita-se que a empresa esteja pressionando os estúdios para garantir um mínimo anual de produções rodadas em película.

De acordo com o porta-voz da Kodak, Louise Kehoe, a companhia está "muito esperançosa de que um acordo seja posto em prática". A empresa conseguiu emergir do processo de concordata no ano passado, mas segue lutando com a redução drástica da demanda pelos métodos tradicionais de filmagem.

Uma das principais razões para a migração da indústria cinematográfica para os meios digitais é o custo, bem mais barato com as novas tecnologias. A Kodak, porém, argumenta a importância da película como meio de armazenamento de filmes. Acredita-se que este é o único material de arquivamento que dura por cerca de um século sem que precise ser salvo em outras mídias.

As informações são do “Telegraph”.