sábado, 17 de junho de 2017

Compromisso do PSDB não é com o governo, mas com o país, diz Alckmin. Muito bem. Mas, por que não larga os cargos?

Victor Aguiar - O Estado de S.Paulo


Governador de São Paulo avalia que eleição direta antecipada

é alternativa possível, mas que demanda mudança constitucional


Geraldo Alckmin
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) Foto: Felipe Rau/Estadão


O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou hoje que o seu partido está comprometido com a retomada do crescimento da economia e do nível de emprego no País, e não com a figura do governo do presidente Michel Temer (PMDB).
"O PSDB deixou muito claro que o compromisso dele não é com o governo, é com o País", disse o tucano, em conversa com jornalistas após participação no XXXVIII Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo. "Vamos ajudar na questão das reformas."
Alckmin citou a reforma trabalhista, que, segundo ele, está perto de ser concluída e ajudará a estimular a geração de empregos e diminuir a informalidade. "Vamos monitorar permanentemente os desdobramentos dos acontecimentos", ressaltou.
Questionado a respeito do posicionamento do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso - ao longo da semana, o presidente de honra do PSDB defendeu que Temer proponha eleições diretas antecipadas -, o governador avaliou que tal cenário é uma alternativa possível, mas que demanda uma mudança constitucional.
"Você precisa mudar a Constituição e terá de fazê-lo até setembro", disse o governador de São Paulo, ressaltando que alterações na legislação eleitoral devem ser feitas com um ano de antecedência. "E tem que aprovar na Câmara e no Senado, em duas votações. Não é fácil, mas é uma hipótese."
Quanto à entrevista concedida por Joesley Batista à Revista Época, deste final de semana, na qual o empresário da JBS afirma que Temer é "chefe de organização criminosa", Alckmin afirmou que o teor das declarações é grave e defendeu que todas as investigações necessárias sejam conduzidas. "(É necessário) investigar com profundidade e fazer justiça. Punir quem é culpado e inocentar quem não é culpado."