quarta-feira, 14 de junho de 2017

Afastamento de mentirinha de Aécio desafia STF

Com Blog do Josias - UOL



A Lava Jato consolidou-se como um fenômeno suprapartidário. Depois de corroer o mandato de Dilma, aproximar Lula de uma condenação e transformar Michel Temer no primeiro presidente da história a ser investigado no cargo, a operação anticorrupção enferrujou a liderança de Aécio Neves.
Os tucanos consideram-se seres superiores. Mas na lama o PSDB comporta-se com a mesma desfaçatez de PT e PMDB. O instinto de sobrevivência do PSDB empurrou o partido para o colo radioativo de Michel Temer. A legenda abraça um afogado, o PMDB, na expectativa de salvar o mandato de Aécio e o tempo de tevê de uma hipotética candidatura de Geraldo Alckmin em 2018.
Os gênios do tucanato ainda não se convenceram, mas esse arranjo pode terminar numa aventura —ou numa candidatura presidencial de João Dória, que muita gente acha que é a mesma coisa.
Afastado do exercício do mandato pelo Supremo Tribunal Federal, Aécio tornou-se, na prática, um senador em prisão domiciliar —só que com todas as regalias que o contribuinte é constrangido a pagar: do salário à estrutura do gabinete.
O circo pega fogo. Mas o Senado lança mão do malabarismo verbal e do ilusionismo administrativo para descumprir uma ordem judicial. Na próxima terça-feira, a Primeira Turma do Supremo julgará um pedido de prisão da Procuradoria-Geral da República contra Aécio. Pode ser uma boa hora para os magistrados recusarem a peruca vermelha e o nariz de palhaço.