Após a divulgação da pesquisa Ibope/Estado/TV Globo, o otimismo dos investidores com o avanço do candidato Jair Bolsonaro (PSL) levou os ativos brasileiros a se valorizarem nesta terça-feira, 2. O Ibovespa, índice que reúne as principais ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo, fechou o dia em alta de 3,78%, aos 81.593,85 pontos.
Não havia uma valorização tão grande na Bolsa desde o dia 7 de novembro de 2016, quando o Ibovespa avançou 3,98%. Já o patamar de fechamento é o maior desde o dia 22 de maio, quando fechou aos 82.738,88 pontos.
O real se fortaleceu frente ao dólar. A divisa recuou 2,47%, aos R$ 3,9304, menor cotação de fechamento da moeda americana em 46 dias. No dia 17 de agosto, o dólar fechou o dia cotado a R$ 3,9142. O tombo diário da moeda foi o maior em quase quatro meses. Na sessão do dia 8 de junho, caiu 5,35%.
A alta do índice foi puxada principalmente pelas ações de empresas estatais. As ações da Eletrobrás dispararam 11,45% (ON) e 9,96% (PNB), Petrobrás subiram 6,74% (PN) e 8,67% (ON) e Banco do Brasil ON avançaram 11,41%.
O que explica?
A valorização dos ativos brasileiros nesta terça-feira, 2, foi motivada, segundo agentes do mercado, ao farto noticiário político, como o apoio da bancada ruralista a Jair Bolsonaro (PSL), resultado da pesquisa Ibope e a proibição de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva dar entrevistas à imprensa. Bolsonaro e lideranças da campanha festejaram a decisão da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA).
Depois de a frente ruralista anunciar apoio, a especulação é de como se dará o apoio do Centrão (DEM, PP, PRB, PR, Solidariedade) num eventual segundo turno entre o candidato do PSL e Fernando Haddad, do PT, segundo a coluna Política+. "O movimento dos ruralistas, liderados pela democrata Tereza Cristina (DEM-MS), aponta para a direção que o partido de Rodrigo Maia (RJ) e ACM Neto (BA) deve seguir", diz a coluna.
Karla Spotorno e Fabiana Holtz, O Estado de S.Paulo