Há uma questão que precisa ser olhada com rapidez e serenidade pelo governo Jair Bolsonaro.
A publicidade oficial na mídia.
Só excepcionalmente, governos de países sérios compram espaços em jornais, na TV ou no rádio. No Brasil, isso é um rotina.
Dinheiro do contribuinte é despejado em maior ou menor escala sem qualquer critério. Ou simplesmente de acordo com a afinidade entre o chefe de Estado e a linha editorial da empresa de comunicação.
Os custos dessa farra são alarmantes e envolvem um lado ainda mais obscuro, a presença de agências de publicidade, por onde a lavagem de dinheiro é habitual.
Sobre isso, não há novidade. A bandalheira é investigada desde o governo Collor. E chegou à exaustão nos governos corruptos Lula-Dilma.
Quando Bolsonaro ameaça cortar 'verbas' da Folha, erra ao admitir que continuará transferindo incondicionalmente grana do povo para empresas privadas.
Essas empresas sequer informam ou orientam o cidadão. Na campanha eleitoral, a chamada 'grande imprensa' cometeu os maiores desatinos. Ao contrário do que ocorre nos Estados Unidos, Alemanha ou Inglaterra, onde os meios de comunicação jogam limpo e revelam candidatos de sua preferência, aqui o jogo é sujo.
Não abrem o jogo, mas atacam de forma contundente o candidato que mais ameaça aquele de sua preferência. Em nome de uma isenção que o eleitor percebe inexistente, usam levianamente os espaços que deveriam ser destinados à informação para demonizar o 'adversário'.
Imprensa livre independe de recursos do contribuinte. Afronta ainda mais o cidadão, quando o seu dinheiro é usado para a manifestação ideológica.
Embora polêmica, porque a grana do povo está inserida na receita das empresas de comunicação, esse é um assunto que deveria ser encarado logo no início do governo por Bolsonaro e equipe.
A moralização do Brasil começa pela moralização da informação.