O alto comando de Jair Bolsonaro trata como favas contadas a incorporação de Sergio Moro ao primeiro escalão do novo governo. “É praticamente certo”, disse ao blog um integrante do staff do presidente eleito. “Os sinais que recebemos indicam que o Moro deseja ser ministro da Justiça. De nossa parte, faremos o que for necessário para corresponder às expectativas dele.” Bolsonaro e Moro se reunirão nesta quinta-feira, no Rio de Janeiro.
A intenção de Bolsonaro é a de fornecer a Moro todas as condições para que ele se sinta confortável na eventual migração da 13ª Vara Federal de Curitiba para a pasta da Justiça. A ideia é oferecer ao juiz uma estrutura administrativa que lhe permita sustentar a tese segundo a qual sua contribuição para a Lava Jato e para o esforço anticorrupção será ainda maior na Esplanada dos Ministérios.
A pasta da Justiça incorporaria a da Segurança Pública, desmembrada sob Michel Temer. Com isso, Moro teria sob seu comando a Polícia Federal e órgãos como o Cade (Conselho Administrativa de Desfesa Econômica). Cogita-se incorporar ao ministério também a CGU (Controladoria-Geral da União). Mais: o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), hoje pendurado no organograma da Fazenda, pode ser acomodado sob o guarda-chuva da pasta a ser entregue a Moro.
De resto, Bolsonaro se dispõe a assumir dois compromissos com Moro. Na primeira oportunidade, indicará o agora quase ex-juiz da Lava Jato para uma vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal. E jogará o peso do novo governo numa articulação para aprovar no Congresso o pacote com mais de 70 medidas anticorrupção elaborado sob a coordenação da Fundação Getúlio Vargas.
Com Blog do Josias, UOL