- No Brasil, o fato mais importante foi a eleição de Jair Bolsonaro, que animou os mercados, devido a sua agenda liberal e favorável às reformas, mesmo com fortes quedas das bolsas no exterior - disse o administrador de investimentos, Fabio Colombo.
Para Fabrizio Velloni, chefe da mesa de câmbio da Frente Corretora, o mesmo fator que deu força à Bolsa também levou à queda do dólar. Para ele, a confirmação de Bolsonaro como presidente eleito derrubou um pouco mais a cotação do dólar, para a casa dos R$ 3,58, e, em seguida, o mercado buscou um ponto de equilíbrio ao redor dos R$ 3,70.
- A projeção para o câmbio ao final deste ano depende da montagem dos Ministérios e das medidas que serão adotadas para redução dos gastos públicos, sem contar a reforma da Previdência, que é um ponto-chave. Com a sinalização dada pelo novo governo que não haverá interferência política no Banco Central, o dólar pode ter novamente mais alguma redução, mas não vejo espaço para para uma queda acentuada como a do mês de outubro, devendo fechar o ano entre de R$ 3,60/3,65 - disse Velloni.
Para uma queda ainda maior da moeda americana em relação ao real, as reformas estruturais precisam andar, o que poderia levar à melhora da avaliação do país pelas agências de classificação de risco. Esse cenário aumentaria o fluxo de dólares para o país, levando a cotação da moeda a um patamar mais próximo de R$ 3.
Para Felipe Miranda, economista e estrategista-chefe da Empiricus, a queda do dólar também se explica por um movimento técnico de investidores que desmontaram posições 'compradas' em moeda americana no mercado futuro.
Em outubro, os fundos cambiais, que acompanham os movimentos do dólar, ficaram na lanterna dos rendimentos: tiveram perda de 9,24% no mês de outubro, embora no ano apresentem uma valorização de 12,43%.
Entre as demais aplicações, os fundos multimercados livres, que aplicam em ativos como moedas, juros e ações, subiram 1,65% no mês, enquanto no ano apresentam ganho de 8,44%. Já os fundos de renda fixa tiveram rendimento de 0,47% no mês de outubro e oferecem retorno de 5,15% ao ano. A poupança ofereceu um retorno de 0,37% no mês de outubro.
O Globo