WASHINGTON - O Brasil melhorou a sua nota no ranking global de ambiente de negócios do Banco Mundial, subindo para a 109ª posição entre 190 países, com nota de 60,01 (de zero a 100). No ano passado, o Brasil ficou na 125ª colocação, com nota 57,05 no relatório "Doing Business". As economias são classificadas de 1 a 190, segundo a facilidade para fazer negócios. O Banco Mundial analisa pequenas e médias empresas em quesitos como facilidade de pagamento de tributos, de comércio exterior e para abertura de novas empresas.
O Brasil foi o que mostrou avanços em maior número de áreas analisadas dentre os países da América Latina, segundo o Banco Mundial. A instituição vê progressos em quatro avaliações analisadas: a abertura de uma empresa, a distribuição de eletricidade, o comércio externo com a redução do tempo com burocracias depois da introdução do certificado eletrônico de origem e a melhora ao acesso de informações sobre obtenção de crédito.
Nas avaliações específicas, a nota sobre abertura de empresas coloca o País na 140ª posição. No ano passado, ficava na 176ª colocação. No quesito comércio externo, o País passou da colocação 139ª para a 106ª.
Há itens, no entanto, em que o País não avançou. É o caso do pagamento de tributos. O Brasil segue entre os dez piores do mundo para pagar impostos, na colocação 184ª.
A liderança do ranking é da Nova Zelândia, seguida por Cingapura, Dinamarca, Hong Kong e Coreia do Sul. Os Estados Unidos ficaram na 8ª posição. Na região da América Latina e Caribe, o Brasil fica bem atrás de economias como o México – líder da região, na 54ª classificação global, Porto Rico (64º lugar), Colômbia (65º) e Costa Rica (67ª).
O relatório destaca que 128 países realizaram um total de 314 reformas de negócios – número maior do que o recorde de 290 reformas, marcado há dois anos.
“É fundamental que os governos acelerem esforços para criar condições que levem a iniciativa privada a florescer e as comunidades a prosperarem”, afirmou o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, em comunicado.
Problemas em edições anteriores
O Doing Business divulgado no ano passado foi alvo de uma polêmica quando, no início de 2018, o então economista-chefe do banco revelou que mudanças metodológicas no índice haviam levado a resultados enganosos. O problema foi admitido pelo Banco Mundial. As mudanças afetaram principalmente a posição do Chile, o que indicaria uma menor competitividade do país no governo da presidente Michelle Bachelet até o final de 2018.
Beatriz Bulla, O Estado de S.Paulo