Sergio Moro durante conferência em Lisboa 30/05/2017 Foto: PATRICIA DE MELO MOREIRA / AFP
O juiz da 13ª Vara Federal em Curitiba Sergio Morodesembarca nesta quinta-feira no Rio disposto a dizer sim ao convite do presidente eleito, Jair Bolsonaro, para assumir o Ministério da Justiça, que vai reunir a pasta de Segurança Pública. A confirmação, porém, dependerá do teor da conversa final com o presidente eleito. Antes do convite de Bolsonaro, o magistrado esteve com o economista Paulo Guedes . No encontro, Guedes apresentou ao juiz a proposta de transformar a Justiça em um superministério, agregando diferentes áreas do governo . A informação foi publicada pelo site Antagonista e confirmada pelo GLOBO.
Desde a ocasião do encontro, que ocorreu na última semana, antes das eleições, Moro conversou com colegas na Justiça e também com integrantes da força-tarefa Lava-Jato sobre a hipótese de aceitar o convite. O foco principal do novo ministério será o combate ao crime organizado e à lavagem de dinheiro.
O pacote com 70 propostas de combate à corrupção produzido pela Transparência Internacional e a Fundação Getúlio Vargas (FGV), com o apoio de duas dezenas de especialistas, seria uma das plataformas de eventual gestão Moro.
Dividido em 12 temas, o pacote apresenta sugestões de políticas para enfrentar a questão a médio e longo prazo e foi apoiado por dezenas de entidades da sociedade civil, como o Instituto Ethos, o Cidade Democrática e o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE). O procurador da Lava-Jato, Deltan Dallagnol, foi um dos garotos-propaganda da iniciativa.
Durante as eleições, Bolsonaro foi o único entre os nove candidatos mais competitivos ao governo federal que não quis se comprometer a abraçar propostas do projeto. O adversário de Bolsonaro, Fernando Haddad (PT), chegou a declarar concordar "com a ampla maioria" das propostas, bem como Guilherme Boulos (PSOL).
Thiago Herdy e Jussara Soares, O Globo