O último dia de outubro foi marcado pela volatilidade no mercado brasileiro. O Ibovespachegou a subir mais de 1% pela manhã, mas depois oscilou entre altas e baixas, para terminar esta quarta-feira, 31, com ganho de 0,6%, aos 87,4 mil pontos, no segundo maior nível do ano.
No mês, a Bolsa acumulou valorização de 10,18%, o maior ganho mensal desde janeiro deste ano, influenciado principalmente pela expectativa de vitória de Jair Bolsonaro (PSL) na eleição presidencial, confirmada no domingo, e pelas primeiras sinalizações do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes.
O otimismo em relação ao pleito também levou o dólar à vista a ter queda de 8% no acumulado de outubro. Nesta quarta-feira, porém, a moeda americana fechou em alta de 1%, a R$ 3,73, seguindo o comportamento do câmbio no exterior.
Chama a atenção o fato de que a alta do Ibovespa foi sustentada por investidores locais, uma vez que os estrangeiros retiraram mais de R$ 7 bilhões até o dia 29. Nesse dia, aliás, os estrangeiros retiraram R$ 1 bilhão da B3. Foi o primeiro pregão após a eleição de Jair Bolsonaro. Em 2018, o saldo de capital estrangeiro na B3 está negativo em R$ 6,748 bilhões.
Para Luís Gustavo Pereira, estrategista da Guide Investimentos, não há dúvida de que o otimismo do investidor doméstico foi o que sustentou o Ibovespa em alta neste mês, enquanto o estrangeiro optou por realizar lucros e aguardar a eleição presidencial.
"O investidor estrangeiro deve voltar para a Bolsa, mas de maneira mais cautelosa, restritiva. Ele vai eleger quais serão as novas ações do 'kit Brasil'", disse Luís Gustavo Pereira, estrategista da Guide Investimentos.
Entre os destaques do dia esteve Vale ON, ação de maior peso na composição do Ibovespa. O papel fechou com ganho de 5,27%, na máxima do dia, aos R$ 56,71. No ano, a empresa acumula ganho de mais de 45%.
Já a alta do dólar ante o real e outras moedas emergentes favoreceu ações de empresas exportadoras. Braskem PNA (+6,82%), Suzano ON (+3,47%) e BRF ON (+3,45%) foram alguns dos destaques. Do outro lado estiveram Petrobras ON e PN, que caíram 0,66% e 1,36%. A queda foi atribuída a uma correção às fortes altas da véspera, favorecida por nova queda dos preços do petróleo. As ações de bancos também caíram.
Paula Dias e Altamiro Silva Junior, O Estado de S.Paulo