segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Bolsonaro viaja a Brasília só na próxima segunda-feira para iniciar transição

Eleito presidente, Jair Bolsonaro faz transmissão ao vivo no Facebook Foto: Picasa / Reprodução/Facebook
Eleito presidente, Jair Bolsonaro faz transmissão ao vivo no Facebook Foto: Picasa / Reprodução/Facebook


O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) só viajará a Brasília na próxima segunda-feira para dar início ao governo de transição. Na ocasião, ele deverá se encontrar com o presidenteMichel Temer (MDB). Nesta terça-feira, Bolsonaro recebe seus principais aliados em sua casa na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, para definir os próximos passos e decidir os primeiros nomes da equipe técnica que atuarão no processo de transferência administrativa.

O encontro também servirá para discutir o número de ministérios. Participarão da reunião o economista Paulo Guedes, anunciado como ministro da área econômica, e o deputado federal Onyx Lorenzoni, futuro chefe da Casa Civil e coordenador da equipe de transição. Na quarta-feira, o parlamentar segue para Brasília, onde se encontrará com o general Augusto Heleno, confirmado na pasta da Defesa, e, em seguida, estará com Eliseu Padilha, ministro-chefe da Casa Civil do governo Temer.

De acordo com Lorenzoni, os primeiros nomes da equipe, que poderá ter até 50 pessoas, serão anunciados até quinta-feira, antes do feriado, para que o governo de transição se inicie na próxima segunda-feira, no Centro de Convenções do Banco do Brasil (CCBB), em Brasília.
- Não temos a obrigatoriedade de colocar tudo (cargos) na mesma hora. Vai uma primeira parte da equipe, depois vai uma segunda parte da equipe, na medida da necessidade. Não pretendemos usar os 50 cargos - disse Lorenzoni.
O anúncio dos futuros ministros, no entanto, não devem sair pelos próximos dias. A previsão é que o primeiro escalão de governo Bolsonaro seja revelado a partir do fim de novembro.
- Não, não (serão anunciados novos ministros). Ele (Bolsonaro) vai amadurecer, pensar. Eu defendo que ele só anuncie os ministérios em bloco, no finalzinho de novembro, início de dezembro - disse.
No dia seguinte à confirmação da vitória na eleição presidencial, a casa do futuro presidente amanheceu com pouca movimentação. O primeiro parlamentar a visitá-lo foi o deputado federal Éder Mauro (PSL), do Pará, por volta das 10h. Segundo o deputado, Bolsonaro, por ter ido dormir tarde, só acordou com a sua chegada, e falou sobre sua responsabilidade para uma "verdadeira mudança".
- Ele desceu de pijama, só me recebeu pela nossa amizade. Conversamos sobre Brasil, mas ele disse que ainda vai se manifestar devidamente. Falou também sobre transição, que precisa se organizar bem, para que possa sair e trabalhar. Tem preocupação grande. Ele sabe da responsabilidade que tem, da confiança que a população depositou nele para uma verdadeira mudança.
Um dos entusiastas do projeto Escola Sem Partido, Éder Mauro falou que Bolsonaro estava muito feliz, e o definiu como um homem que enfrentou o sistema e parte da imprensa.
- Ele estava muito feliz, foi um homem que enfrentou o sistema, a esquerda, parte da mídia, que jogou sempre contra ele - afirmou o deputado que pretende retomar discussões sobre o Escola Sem Partido ainda esse ano. - Não sei da parte dele, mas da minha parte vou fazer.
Éder Mauro estava acompanhado do deputado Nereu Crispim (PSL), do Rio Grande do Sul. Ele, porém, não entrou no condomínio de Bolsonaro. Segundo Mauro, o futuro presidente terá uma agenda cheia de visitas nesta tarde e não pretende sair de casa.
Outro que também esteve na casa do presidenciável foi o ex-ator Alexandre Frota, que se elegeu deputado federal por São Paulo pelo PSL.  Questionado se iria assumir algum cargo no futuro governo, o ex-ator pornô se esquivou:
- Fui eleito deputado federal. E serei bem ativo, hein - disse ele, que ficou cerca de 15 minutos no local e saiu sem falar com a imprensa.
Cerca de trinta minutos antes, onyx Lorenzoni chegou ao condomínio. Mas não falou com a imprensa. Disse que iria se pronunciar na saída.


Jussara Soares, O Globo