segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Gene Wilder, estrela de 'A fantástica fábrica de chocolate', morre aos 83. Comediante sofria do mal de Alzheimer


O ator Gene Wilder na versão original de 'A fantástica fábrica de chocolates' - Reprodução


O Globo



Grande nome da comédia americana, o ator Gene Wilder morreu no começo deste mês, aos 83 anos, mas a informação foi divulgada pela família do astro à agência AP apenas nesta segunda-feira. O ator sofria de mal de Alzheimer, cujas complicações levaram à sua morte. Em 1999, Wilder foi diagnosticado com linfoma não-Hodgkin e se submeteu a tratamento.

Astro de mais de 30 filmes, Gene Wilder ficou mais conhecido pela parceria com o roteirista, ator e diretor Mel Brooks — nos clássicos “Primavera para Hitler” (1967), “Banzé no Oeste” (1974) e “O Jovem Frankenstein” (1974) — e pela atuação na fantasia “A fantástica fábrica de chocolate” (1971). A sua caracterização excêntrica como Willy Wonka no longa de Mel Stuart é até hoje lembrada como uma de suas performances mais marcantes. Não à toa, ele emplacou a 38ª posição na lista dos cem melhores personagens da História do cinema, publicada pela “Premiere Magazine”.

A mesma revista classificou a performance do americano em “O Jovem Frankenstein” como a 9ª melhor de todos os tempos. Por ter coassinado o texto do filme, foi indicado ao Oscar de melhor roteiro adaptado. Era então a sua segunda indicação, seis anos depois de ter concorrido à estatueta de ator coadjuvante pela comédia “Primavera para Hitler”, em que viveu o contador Leo Bloom, um homem que, ao lado de um produtor, tenta intencionalmente montar um fracasso na Broadway, mas acaba surpreendido quando a peça faz sucesso. Ironicamente, um caminho diferente do seguido pelo filme, que na época não teve um desempenho bom nas bilheterias nem foi unanimidade entre os críticos. Com o passar dos anos, no entanto, “Primavera...” virou um clássico cultuado.

"Um dos grandes e verdadeiros talentos do nosos tempo. Ele abençoou cada filme que fez com sua mágica e me abençoou com sua amizade", disse Mel Brooks, no Twitter.
Wilder havia aparecido pela primeira vez nas telas poucos anos antes, na série “Armstrong Circle Theatre”, de 1962, e estreou nos cinemas em “Bonnie e Clyde — Uma rajada de balas” (1967). Outra parceria marcante se deu ao lado de Richard Pryor, com quem atuou em quatro filmes: “O Expresso de Chicago” (1976), “Loucos de dar nó” (1980), “Cegos, surdos e loucos” (1989) e “Um sem juízo, outro sem razão” (1991).

Nos anos 1990, o ator fez alguns filmes para a televisão e chegou a fazer duas participações no seriado “Will & Grace”, em 2002 e 2003, pela qual venceu um Emmy.

Na vida real, o seu envolvimento com a atriz Gilda Radner também costuma ser lembrado, mas por razões trágicas. Menos de dois anos após se casarem, a estrela de “Saturday night live” foi diagnosticada com câncer de ovário e morreu em 1989, aos 42 anos.

Nascido Jerome Silberman em 1933, em Wisconsin, o artista adotou o nome artístico pelo qual ficou conhecido aos 26 anos, por causa do personagem Eugene Gant, que apareceu em romances de Thomas Wolfe. Ele dizia ter se interessado pela vida artística já aos 8 anos, quando a sua mãe foi diagnosticada com febre reumática. Na época, o médico lhe disse: “Faça-a rir”.