Os jornais The New York Times, USA Today e The Wall Street Journal, além da a National Public Radio (NPR) e das redes de televisão CNBC e CNN repercutiram fala da presidente afastada
NOVA YORK - A presença da presidente afastada Dilma Rousseff no Senado para se defender no processo de impeachment é destaque em vários veículos de imprensa dos Estados Unidos nesta segunda-feira, 29, como o jornal The New York Times, a National Public Radio (NPR), uma rede de emissoras de rádio com ampla audiência no país, e o jornal USA Today, além do The Wall Street Journal e as redes de televisão CNBC e CNN. As reportagens destacam que Dilma argumentou que é vítima de um golpe de seus opositores e se defendeu dizendo não ter cometido crime de responsabilidade, mas a maior probabilidade, segundo as publicações, é que os senadores votem pelo seu impedimento.
Dilma afirmou em discurso no Senado que é inocente das acusações de crime de responsabilidade e se disse vítima de uma conspiração para tirá-la do poder, destaca o The New York Times ao comentar a fala da presidente afastada. A reportagem menciona que a presidente afastada afirmou que não será silenciada e se comparou a outros líderes brasileiros perseguidos por seus adversários, como o ex-presidente João Goulart.
O Times ressalta que Dilma fez em seu discurso um "ataque fulminante" a seus opositores, mas que é "amplamente esperado" que os senadores votem em sua maioria para o impedimento da presidente, como também destaca o texto do The Wall Street Journal.
O USA Today ressalta que a presidente afastada afirmou ser vítima de um golpe e que foi reeleita em 2014 com 54 milhões de votos. "Ela disse que a todo momento seguiu a Constituição e fez o que era melhor para o país", afirma o texto, destacando que o discurso durou mais que os 30 minutos estipulados pelo Senado. "Ela negou qualquer irregularidade e argumentou que seus inimigos estão realizando um golpe de Estado."
Aao comentar o discurso, a CNBC mencionou um trecho em que Dilma afirma que seus opositores querem reverter conquistas sociais alcançadas por ela e pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, também presente no Senado. "A presidente negou irregularidades e repetidamente condenou o processo de impeachment como uma conspiração para retirá-la do poder", disse a apresentadora da TV, também destacando que a expectativa é de que a petista deve ser afastada permanentemente.
Já a NPR afirma que o processo de impeachment da presidente afastada está quase sendo concluído e que o discurso desta segunda foi a última tentativa de Dilma para se defender na casa. "Ela descreveu as pessoas trabalhando para o impeachment como uma elite tentando criar uma ruptura democrática e implorou aos senadores para votar contra o impedimento e a favor da democracia."