Os esforços dos defensores da presidente afastada Dilma Rousseff em angariar os 28 votos de que ela precisa para se livrar da cassação do mandato esbarram numa condição colocada a cada conquista. Senadores têm dito ao ex-presidente Lula que aceitam votar contra o impeachment desde que ele garanta ter número suficiente para liquidar a fatura. Por isso, a contabilidade do grupo pró-Dilma inclui votos pré-acertados. “Ou vai em bloco ou não vai ninguém”, resumem. Afinal, quem vai se indispor com o governo central a dois anos das eleições?
A ala pró-Dilma busca os votos de senadores de Alagoas, Maranhão e Tocantins. Nos dois primeiros, encontrou foco de insatisfação com Temer acusado de valorizar apenas Renan Calheiros e o ex-senador José Sarney.
Já em Tocantins, Lula tenta ajuda de Valdemar da Costa Neto, condenado no mensalão, para virar o voto do senador Vicentinho Alves (PP). Os governistas, contudo, contabilizam 60 votos pelo impeachment.