Luciano Bottini Filho - O Estado de S. Paulo
Parlamentar participou de uma reunião onde estariam membros do PCC; em pronunciamento na Assembleia Legislativa, ele disse que encontro era apenas sobre questões salariais
Após ter participado em março de uma reunião onde estariam
membros do Primeiro Comando da Capital (PCC), o deputado estadual Luiz Moura
(PT) disse nesta quarta-feira, 28, que está sendo alvo de "inverdades" e
"discriminação" e que o encontro era apenas sobre questões salariais de
trabalhadores de cooperativas de transporte. "O que se discutiu era remuneração,
era uma interlocução minha para que a cidade não parasse como parou", afirmou
ele no plenário da Assembleia Legislativa.
O deputado começou o pronunciamento dizendo que veio de família humilde, que tentou dar condições melhores para sua mãe empregada doméstica, mas acabou caindo "no mundo das drogas" na adolescência. "Tive essa fase negra na minha vida, eu me recuperei e dei a volta por cima depois de cometer o crime". Ex-presidiário, Moura ressaltou o direito constitucional para a reabilitação criminal e que sua candidatura foi aprovada pela Lei de Ficha Limpa.
"Estão querendo trazer uma mancha na minha família com integrantes de organização criminosa", reclamou o parlamentar. Segundo ele, os participantes da reunião foram voluntariamente à delegacia quando a polícia esteve no local à procura de um foragido. "Eu em nenhum momento fui convidado ou convocado para ir ao DP", disse Moura.
Durante sua fala, ele trouxe documentos que seriam boletins de ocorrência feitos na ocasião. De acordo ele, a polícia primeiramente nem mencionou que o deputado estava no encontro, mas voltou a chamar as pessoas para que fizessem um novo registro citando Moura.
O deputado questionou a atuação da imprensa, que ora estaria atribuindo a ele ataques a ônibus, ora indicaria que ele é dono de uma frota de coletivos. "Como eu vou queimar, se tenho ônibus?".
"Hoje, a imprensa diz que sou diretor de cooperativa, sendo que eu fiz a descompatibilização no período legal, seis meses antes das eleições", enfatizou o deputado, que logo após foi aplaudido por pessoas na galeria do plenário. "Eu tenho essas pessoas (na Assembleia) que estão me prestigiando. Eu não devo absolutamente nada, sou inocente. O que estão fazendo comigo e com a minha família é imoral."