quarta-feira, 14 de junho de 2017

Senado corta salário e recolhe carro oficial de Aécio. A propósito, quando Lula será preso?

Isabela Bonfim e Thiago Faria - O Estado de S.Paulo


Eunício alega que as medidas foram tomadas em 18 de maio, 

mesma data de afastamento de Aécio por decisão de Fachin


O Senado comunicou o Supremo Tribunal Federal (STF) que suspendeu o salário e a verba indenizatória de Aécio Neves (PSDB-MG), devido ao afastamento do senador. O carro oficial também foi recolhido. As informações foram enviadas por ofício pelo presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), ao ministro Marco Aurélio, relator do recurso de afastamento de Aécio no Supremo. 
Aécio Neves
Aécio Neves (PSDB-MG) foi afastado do cargo de senador após delação da JBS Foto: André Dusek/Estadão
Eunício alega que as medidas foram tomadas em 18 de maio, mesma data de afastamento de Aécio Neves por decisão liminar do ministro Edson Fachin. Nesta quarta-feira, o Senado também apagou o nome de Aécio Neves do painel de votações do plenário e passou a identificar o senador como "afastado por decisão judicial" no site oficial do órgão
É a primeira vez que o Senado torna pública as medidas que tomou em razão do afastamento de Aécio. Até ontem, o presidente do Senado, assim como a Mesa Diretora da Casa, não haviam sido claros sobre quais seriam as limitações do afastamento de Aécio. Não havia qualquer indicação de corte salarial ou benefícios. 
Na segunda-feira, o Senado publicou uma nota em que dizia que cabia ao STF esclarecer o que caracteriza o afastamento do senador. A posição foi vista como uma forma de enfrentamento à decisão judicial e criticada pelo ministro Marco Aurélio.
Aécio foi afastado do cargo de senador no dia 18 de maio, após a deflagração da Operação Patmos. O pedido foi feito pela Procuradoria-Geral da República e acatado por Fachin. Depois disso, o processo foi redistribuído a Marco Aurélio. A PGR também pede a prisão do senador tucano. 
O tucano é acusado pelos crimes de corrupção e obstrução de Justiça. Ele foi gravado pelo empresário Joesley Batista, do grupo JBS, pedindo propina e falando em medidas para barrar o avanço da Operação Lava Jato.
A defesa do senador disse que "o dinheiro foi um empréstimo oferecido por Joesley Batista com o objetivo de forjar um crime que lhe permitisse obter o benefício da impunidade penal". Ainda segundo os advogados, o empréstimo não envolveu dinheiro público e "nenhuma contrapartida por parte do senador, não se podendo, portanto, falar em propina ou corrupção". "O senador tem convicção de que as investigações feitas com seriedade e isenção demonstrarão os fatos verdadeiramente ocorridos", finaliza a nota.
Nome de Aécio é retirado do painel de votações no Senado
Nome de Aécio é retirado do painel de votações no Senado Foto: Thiago Faria/Estadão