GIULIANA MIRANDA - Folha de São Paulo
O governo português prometeu divulgar na noite de domingo (tarde no Brasil) um novo balanço da situação.
Das 61 vítimas mortais do incêndio florestal que atinge Pedrógrão Grande e arredores, no centro de Portugal, 47 estavam na estrada nacional 236, que já está sendo chamada de rodovia da morte pelos portugueses.
A estrada regional é cercada por uma vegetação densa que -com o clima seco, a temperatura elevada e os ventos fortes- acabou se tornando combustível para alimentar as labaredas e propagar rapidamente o incêndio.
Dos 47 mortos na via, 30 foram encontrados em seus carros e, os outros 17, fora dos veículos ou à beira da estrada. A maioria morreu carbonizada.
As demais vítimas estão espalhadas por aldeias da região. Entre os mortos, houve também quem tivesse inalado a fumaça tóxica do incêndio.
Segundo relatos dos sobreviventes, a fumaça escura dificultou a visibilidade e muitos acabaram presos nas labaredas. Eles relatam cenas de terror.
Segundo o Ministério da Administração Interna, ainda havia quatros focos de incêndios ativos.
O calor e a baixa umidade do ar permanecem neste domingo e há o temor, entre os moradores, de que novas aldeias sejam afetadas. Cinco localidades foram evacuadas preventivamente.
Editoria de Arte/Folhapress |
Onde fica Pedrógão Grande - Portugal |
Diversas nações prestaram mensagens de solidariedade aos portugueses.
A França e a Espanha cederam aeronaves para auxiliar no combate as chamas.
VÍTIMAS
O governo português prometeu divulgar na noite de domingo (tarde no Brasil) um novo balanço da situação.
Até agora, foram confirmados 61 mortos, 57 feridos e 150 desabrigados. O número de desaparecidos ainda não foi divulgado.
A ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, foi até o local e tentou minimizar críticas de moradores de que o trabalho de auxilio teria sido lento.
"Este é o momento para combater [o incêndio], não para fazer avaliações", disse a ministra.
A Polícia Judiciária trabalha agora para recolher e identificar os corpos.
No caso das vítimas carbonizadas, em que a identificação visual não é possível, o trabalho será mais demorado.
De acordo com o médico Carlos Durão, perito-legista, nesses casos é a identificação leva em conta uma série de fatores, desde os pertences e o local onde os corpos foram encontrados até a arcada dentária.