sexta-feira, 16 de junho de 2017

Blackstone investe R$ 490 milhões em empresa brasileira de data centers

Maria Cristina Frias - Folha de São Paulo


A Ascenty, empresa brasileira de infraestrutura para tecnologia, recebeu um investimento de US$ 150 milhões (R$ 491 milhões) de fundos administrados pela gestora de ativos Blackstone.

Cerca de 90% dos recursos serão utilizados na construção de oito data centers nos próximos 18 meses, afirma Chris Torto, diretor-executivo da companhia.

"Teremos a nossa primeira unidade no Rio de Janeiro até o fim deste ano. Até 2018, serão mais seis no Estado de São Paulo, onde há a maior demanda, e uma no Chile."

O restante do aporte deverá ser gasto na expansão da sua rede de fibra óptica, usada principalmente para interligar as operações. Hoje, são cerca de 4 mil quilômetros, segunda Torto.

"Só no Rio, serão aproximadamente 150 quilômetros novos inicialmente. Terminaremos 2017 com quase 5 mil quilômetros de extensão."

A empresa planeja abrir data centers no México e na Colômbia e, caso mantenha o atual ritmo de crescimento, de 100% ao ano, voltará a buscar aportes em 2018, afirma o executivo.

O aporte da Blackstone é a segunda captação de recursos da Ascenty neste ano.

Após um financiamento contratado em março, a empresa já levantou um total de US$ 340 milhões (R$ 1,1 bilhão) em 2017 -valor acima da receita estimada para este ano, de R$ 400 milhões.


RAIO-X

ASCENTY E BLACKSTONE

US$ 368 BILHÕES
(R$ 1,2 trilhão) é o valor
sob gestão da Blackstone

7
são os data centers da Ascenty em operação,
no Ceará e em São Paulo
*
Compras digitais

A Stefanini, de tecnologia, deverá investir de US$ 150 milhões a US$ 200 milhões (R$ 492 milhões a R$ 656 milhões) em aquisições até 2019, diz Marco Stefanini, fundador e diretor-executivo da empresa.

"A maior parte delas será fora do país. Nos últimos dois anos, compramos companhias menores. A partir do segundo semestre, olharemos para negócios de porte maior."

A empresa deverá trabalhar apenas com recursos próprios, afirma.

"É possível que façamos aquisições maiores, mas, nesse caso, teríamos algum tipo de reforço financeiro, seja com um sócio adicional, seja com um IPO [oferta pública de ações]."

A Stefanini abrirá, até o fim deste ano, unidades em mais dois locais: República Tcheca e Marrocos. Atualmente, a companhia está presente em 41 países.

R$ 2,6 BILHÕES
foi o faturamento global da Stefanini no ano passado

24 MIL
é o número de funcionários
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Brasil é o país que menos efetiva temporários, diz entidade

Os trabalhadores contratados temporariamente no Brasil são os que mais voltam a ficar desempregados no mundo, segundo a WEC (Confederação Mundial do Emprego).

Cerca de 65% dos brasileiros admitidos não tinham emprego um ano após o encerramento de seu contrato, segundo a entidade.

A média global, entre os 50 países avaliados, é de 25%.

"A situação está ligada à economia do país. Quem volta para o desemprego, em geral, não perde o interesse em continuar trabalhando", afirma Vander Morales, presidente do Fenaserhtt, que representa o setor.

O Brasil também fica abaixo da média global na proporção de temporários em relação à força de trabalho. No país, a taxa é de 0,8%, enquanto no mundo é de 1,7%.

Com as mudanças na legislação trabalhista e a retomada da economia, a tendência é que a disparidade entre as taxas diminua, diz Morales.

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Prato repetido

No Brasil, os estabelecimentos comerciais com clientes mais fiéis são os restaurantes, seguidos de postos de gasolina, segundo um estudo da Visa, com base no uso de cartão de crédito no primeiro trimestre de 2017.

Os fregueses considerados fiéis fizeram três ou mais compras no mesmo local no período de janeiro a março.

"Traçamos esses padrões para ajudar os clientes a ganhar recorrência", afirma Rodrigo Santoro, diretor da Visa Performance Solutions.

Nas livrarias, que têm a menor fidelidade entre os sete tipos de estabelecimentos analisados, 73% compraram algo apenas uma vez. As lojas de departamento também tiveram recorrência baixa em relação a outros serviços.

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Menos crise, mais fraudes

O número de tentativas de fraudes de pagamentos aumentou 5,1% nos últimos 12 meses, aponta a Serasa.

No total, foram 617 mil operações que a empresa considerou arriscadas para os comerciantes. O setor mais afetado é o de telefonia.

O crescimento, apesar de representar mais riscos, também é um indicador de uma intensificação de número de transações, diz Luiz Rabi, economista do birô de crédito.

"A quantidade de fraudes acompanha o cenário econômico: se está em recessão, o volume cai", afirma.

"Quando há mais transações, há mais gente que perde documentos e mais tentativas de compras a crédito com identidade alheia, que é a principal conduta criminosa."
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Aluguel... O valor médio de locação na cidade de São Paulo ficou praticamente estável em maio: um recuo mensal de 0,1%, segundo o Secovi-SP. No acumulado de 12 meses, a redução foi de 0,32%.

...estagnado Os imóveis de um quarto tiveram o maior recuo, de 1,4%."Em junho, vai continuar nesse patamar", diz Mark Turnbull, diretor de locação. Ele prevê que os valores devem subir apenas em 2018.
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Hora do café
com FELIPE GUTIERREZTAÍS HIRATAIGOR UTSUMI e NATÁLIA PORTINARI