quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Venda de imóveis cresce 10% em novembro, após 16 meses em queda

Maria Cristina Frias - Folha de São Paulo


Diego Padgurschi/Folhapress
SABO PAULO, SP, BRASIL - 29-09-2015: ESPECIAL MORAR - ZONA LESTE - Vista da cobertura do empreendimento Camille Claudell na rua Rua Cândido Lacerda, 312, no Jd. Analia Franco (Diego Padgurschi /Folhapress - ESPECIAL MORAR) ***EXCLUSIVO***
Após 16 meses em queda, a venda de imóveis novos subiu 10,1% em novembro, em comparação com o mesmo mês de 2015, segundo dados da Abrainc, que reúne grandes incorporadoras, e da Fipe, de pesquisas econômicas.

A alta "é uma boa notícia, mas não uma tendência", afirma o diretor da associação, Luiz Fernando Moura.

O resultado ainda é negativo no acumulado de 2016: até novembro, foram 93,3 mil unidades comercializadas no país –8,8% a menos que em igual período de 2015.

"A base de comparação é pequena, então qualquer aumento gera impacto."

Um dos grandes entraves do setor, os distratos (desistência do imóvel) tiveram uma pequena redução no fim de 2016, mas seguem em um nível alto, segundo Moura.

"A onda de devoluções ocorreu por conta de investidores que buscavam retorno a curto prazo. Como eles já deixaram de comprar imóveis, a taxa tende a cair, mas ainda há as famílias com dificuldade para pagar."

Nos 12 meses anteriores a novembro de 2016, 37,7 mil unidades haviam sido distratadas –uma queda de 4,1%.

As construtoras se mostraram otimistas com os sinais de desaceleração dos juros, que têm impacto direto no financiamento do setor.

Uma retomada de investimentos em novos empreendimentos, porém, deverá acontecer só a partir do segundo semestre deste ano, segundo Moura.

A projeção é que, no atual ritmo de venda, os imóveis estocados demorarão um ano até chegar a um patamar adequado –são cerca de 120 mil unidades paradas.
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Só para contrariar

A construtora Setin planeja investir R$ 245 milhões em terrenos e lançamentos neste ano, segundo o presidente, Antonio Setin.

O volume, semelhante ao aportado em 2016, poderá crescer, a depender do ritmo de vendas: os R$ 125 milhões destinados a novos empreendimentos podem chegar a R$ 300 milhões.

"Faremos lançamentos, mesmo que contrariados, porque há alvarás que vencem, terrenos que têm permuta com compromisso de entrega. Há outros projetos, porém, em análise."

Os estoques no balanço da incorporadora somam, hoje, R$ 1,2 bilhão em valor potencial de venda. Para chegar a um nível "saudável", diz Setin, o volume teria que cair pela metade.

A companhia também prevê investir cerca de R$ 120 milhões na compra de novos terrenos.

"Com o ritmo baixo de lançamentos, cria-se uma demanda virtual. Temos que estar preparados para uma retomada", diz.

Em 2016, a Setin não teve crescimento em sua receita, que não foi revelada.
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Em Davos

Na próxima... Duas grandes ausências do setor público brasileiro no Fórum Econômico Mundial, que ocorre em Davos, são Maria Silvia Bastos, presidente do BNDES, e Pedro Parente, da Petrobras.

Vai indo... Desde o governo de Lula, os chefes do banco e da petroleira eram presenças constantes nas sessões de debates do evento que movimenta a cidade nos Alpes suíços.

...que não vou Comandada por Sérgio Gabrieli, que sempre vinha com uma grande entourage, a Petrobras foi uma das patrocinadoras principais em uma das edições. Aldemir Bendine, que assumiu a estatal em crise em 2015, não chegou a vir.

Mais oriente Com os norte-americanos em baixa, por causa da posse de Donald Trump nesta sexta-feira (20), o destaque na estreia do Fórum foi o grande número de chineses. A vinda de Xi Jinping foi a primeira de um presidente da China.
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Fábrica vai fazer inseticida de bactérias contra Aedes aegypti

A BR3, empresa de tecnologias química e biológica, vai investir R$ 20 milhões em uma fábrica em Taubaté na qual produzirá um inseticida contra o Aedes aegypti.

O produto é um tablete que se dissolve na água. Ele contém uma bactéria que se alimenta da larva do mosquito que transmite dengue, zika e chikungunya.

"A bactéria existe na natureza, quem já tomou água da cachoeira já bebeu muito dela", diz Rodrigo Perez, diretor-executivo da companhia.

A Fundação Oswaldo Cruz formulou esse inseticida. A empresa foi selecionada para usar a tecnologia por meio de uma chamada pública.

A BR3, que foi auxiliada pela Investe SP para encontrar o local para a fábrica, tenta obter autorização da Anvisa para que o tablete possa ser colocado em água potável.

A ideia é que, com isso, o inseticida seja aplicado em reservatórios domésticos em casas de áreas carentes, com financiamento do poder público, segundo Perez.

O plano é vender também o tablete em canais de abastecimento tradicionais, como farmácias e supermercados.
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Quem irá nos defender

As empresas de segurança e transportes de valores perderam 5% de seu faturamento em 2016, afirma o presidente da Fenavist (federação do setor), Jeferson Nazário.

A receita anual das companhias é de R$ 30 bilhões.

"Os bancos têm fechado agências, as indústrias reduziram os turnos de suas fábricas, e o setor público, que representa 40% dos contratos, atrasa pagamentos em até seis meses", afirma.

Além disso, foram cortados 10% dos postos de trabalho das companhias nos últimos dois anos -em 2014, eram 650 mil empregados.

O Grupo GR, empresa de segurança privada que vinha com crescimento de dois dígitos nos últimos anos, ampliou a receita em 6% acima da inflação em 2016, e chegou a R$ 450 milhões.

"Por sorte, apareceram novos contratos, mas o mercado será difícil em 2017", diz o fundador, Maurice Braunstein.
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Água e esgoto A receita do setor de materiais para saneamento em 2016 foi similar à de 2015, aponta a Asfamas. As vendas internas caíram 0,2%, e as externas cresceram 2,3%.

Polímero gringo A Braskem inicia nesta quarta (18) as operações de sua nova planta industrial no Texas. É a sexta unidade da empresa nos EUA.
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Hora do café
com FELIPE GUTIERREZTAÍS HIRATA e IGOR ITSUMI