Maíra e Maria Ilda Panas
Bruno Thadeu e Janaina Garcia - UOL
Do UOL
Apesar de as identidades de mãe e filha ainda não terem sido confirmadas oficialmente pela Polícia Federal, que investiga o caso, amigos e familiares confirmaram as mortes em --entrevista ao UOL e por meio de posts no Facebook. Também o Grupo Emiliano confirmou as identidades das duas mulheres, por meio de nota, e informou que Maíra "prestava serviço a Carlos Alberto Fernandes Filgueiras, que passava por tratamento no ciático".
"Carlos Alberto as convidou para um fim de semana em Paraty. O Grupo Emiliano registra seus sentimentos e condolências para a família e amigos. E informa que está prestando apoio e informações aos familiares", disse a nota.
"Família está transtornada"
Amiga de infância de Maíra e da irmã dela, Kely, a advogada Janaina Guariente, 30, casada com o irmão do marido de Kely, contou que a família "está transtornada". Segundo ela, Maíra cursava fisioterapia em São Paulo e trabalhava havia seis meses como massoterapeuta do empresário Carlos Alberto Fernandes Filgueiras, 69, dono do Hotel Emiliano, uma das vítimas do acidente.
Maria Ilda, segundo Janaina, havia viajado de Juína para São Paulo, em férias, para visitar a filha há pouco mais de uma semana. No último domingo (15), foi o aniversário de 55 anos dela.
"Quando elas embarcaram, mandaram mensagens para a família, tiraram foto dentro do avião e avisaram que estavam indo a Paraty. Como a Maíra disse que era aniversário da mãe, o sr. Carlos quis presenteá-la com essa viagem", contou. "Até então, ela [Maria Ilda] nem o conhecia", disse.
Como souberam que eram elas que estavam no acidente aéreo? "Desconfiamos porque a Kely tentava contato com elas e não conseguia; além do mais, era um voo curto. Aí vimos a notícia e logo soubemos que eram elas. A família está muito transtornada, muito triste; foram duas perdas imensas", declarou.
Ainda conforme a advogada, o pai de Maíra está a caminho de Angra dos Reis (RJ) para fazer o reconhecimento dos corpos. Os velórios e sepultamentos devem ocorrer em Juína.
"Conheço Maíra desde criança. A gente lê e ouve umas coisas desencontradas, mas a verdade é que ela era uma pessoa maravilhosa, uma menina muito batalhadora. Gostava de dança, mas fez um curso de massoterapia e gostou. Além de tudo, ainda cursava fisioterapia. Já dona Maria Ilda era pedagoga de educação infantil na rede municipal, uma pessoa extraordinária –a casa dela está cheia de amigos hoje manifestando carinho. Elas eram muito amadas", contou.
Vítima sofreu assalto horas antes de morrer
Horas antes do voo, Maíra postou no Facebook que havia sido roubada. "Ontem [quarta-feira] me roubaram uma sacola de roupas e pertences que eu tinha acabado de comprar. Beleza. Que faça uso. Mas me deu tanta raiva destes miseráveis quanto seria se tivessem me roubado um carro", escreveu.
Tio da jovem e irmão de Maria Ilda, Evivelton Panas, de Maringá, também as homenageou com um post e foto delas, juntas. "Elas eram assim: A distância não impedia de estarem juntas e sempre com o sorriso escancarado no rosto... Deus quis assim, e assim levou as duas juntas tb... Que o senhor conforte o coração de nós familiares e que coloque a minha amada maninha Maria Hilda Panas e a sobrinha Maíra Panas em um ótimo lugar... Descansem em paz minhas queridas..."
O acidente
Todos os cinco corpos já foram resgatados pelo Corpo de Bombeiros. Três deles --faltam um homem e uma mulher --estão no IML (Instituto Médico Legal) de Angra dos Reis para autópsia, reconhecimento e liberação.
A aeronave saiu de São Paulo e caiu nos arredores da Ilha Rasa. Durante a madrugada, três corpos, o do ministro Teori, o do empresário Carlos Alberto Filgueiras e o de uma mulher não identificada foram retirados do mar e levados para o IML de Angra.
As equipes de socorro deixaram o cais da Marina 188, na rodovia Rio-Santos, por volta de 7h em direção ao local onde está a fuselagem do avião. O perímetro foi isolado pela Marinha, que também participa dos trabalhos, mas com foco na apuração das causas do acidente.
Teori era o relator da Operação Lava Jato no Supremo. Segundo sua família, o magistrado estava indo a Paraty em viagem de férias.