Jonathan Ernst - 8.out.14/Reuters | |
O presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim |
DA REUTERS
O Banco Mundial afirmou nesta terça-feira (10) que o crescimento global deve acelerar levemente, já que a recuperação dos preços do petróleo e das commodities alivia as pressões sobre os mercados emergentes exportadores de matéria-prima e as dolorosas recessões no Brasil e na Rússia devem chegar ao fim.
Em seu mais recente relatório de Perspectivas Econômicas Globais, o Banco Mundial disse esperar que o PIB (Produto Interno Bruto) mundial tenha em 2017 um crescimento de 2,7%, ante 2,3% no ano passado.
O crescimento nas economias avançadas deverá acelerar para 1,8% em 2017, ante 1,6% em 2016, disse o Banco Mundial, enquanto o crescimento das economias emergentes e em desenvolvimento deve subir para 4,2% neste ano, ante 3,4% em 2016.
O Banco Mundial projeta que o Brasil voltará a crescer neste ano, com uma expansão de 0,5%, contribuindo para um crescimento estimado de 1,2% na América Latina e Caribe.
"Depois de anos de decepcionante crescimento global, estamos encorajados por ver perspectivas econômicas mais fortes no horizonte", disse o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, em comunicado.
"Agora é a hora de aproveitar esse impulso e aumentar os investimentos na infraestrutura e nas pessoas."
INCERTEZAS
No entanto, há uma incerteza considerável em torno das previsões, que não incorporaram os efeitos de várias propostas de política do presidente eleito dos EUA Donald Trump, que se espera incluam aumento do estímulo fiscal, com reduções de impostos e aumento dos gastos em infraestrutura, e uma política mais protecionista do comércio internacional.
O Banco Mundial prevê que os EUA cresçam 2,2% em 2017, ante 1,6% em 2016, mas o aumento poderá ser consideravelmente maior –e causará efeitos muito além das fronteiras dos EUA.
Um crescimento maior dos EUA –seja devido a políticas fiscais expansionistas ou outras razões– poderia fornecer um impulso significativo para a economia global", disse o banco.
No entanto, isso poderia levar a taxas de juros mais altas e condições financeiras mais apertadas, que teriam efeitos adversos em alguns países emergentes que dependem fortemente do financiamento externo.
O banco acrescentou que a incerteza persistente em relação à política econômica dos EUA pode pesar sobre o crescimento global, ao adiar as decisões de investimento até que haja mais clareza.
O Banco Mundial disse que o crescimento da China continuará a desacelerar, para 6,2% em 2017, ante 6,7% em 2016, mas o crescimento deve ser maior em algumas economias do Sudeste Asiático, incluindo Indonésia e Tailândia.
O forte crescimento da Índia deverá acelerar para 7,6% em 2017, ante 7,0% em 2016, à medida que as reformas aliviam os problemas na oferta doméstica e aumentam a produtividade.