domingo, 28 de setembro de 2014

Dilma 'trambique', a madrinha da corrupção, promete castigar os delinquentes que sempre acobertou

Blog Augusto Nunes - Veja


“Uma das prioridades do meu governo é o combate sem tréguas à corrupção”, recitou Dilma Rousseff em Nova York, esforçando-se para envergonhar o Brasil na ONU sem parar de tapear o eleitorado. Na sexta-feira, já de volta ao Planalto, a protetora da turma que, patrocinada pelo governo, faz bonito no campeonato mundial da corrupção recomeçou o espancamento da verdade. “No meu segundo mandato, uma das coisas que pretendo atacar é a impunidade, com o fortalecimento das instituições que fiscalizam e punem atos de corrupção, lavagem de dinheiro e outros crimes financeiros”, fantasiou já na abertura da entrevista coletiva.
Foi a continuação da interminável Ópera dos Vigaristas, que estreou há 12 anos com reedições mensais, tornou-se um clássico no capítulo do mensalão (veja o vídeo do Implicante) e hoje afronta o país com atualizações semanais. Até um estagiário sem compromisso com a cafajestagem sabe que Dilma fez, faz e continuará a fazer o que pode para perpetuar a corrupção impune que Lula institucionalizou. Mas os entrevistadores presentes, caprichando na cara de paisagem, limitaram-se a anotar o que a candidata dizia. Aprenderam com Dilma que o papel da imprensa é divulgar o que os governantes dizem.
Ninguém perguntou à candidata por que não fez no primeiro mandato o que promete fazer no segundo. Ninguém lembrou à defensora das instituições que deveriam fiscalizar e punir por que o governo emasculou todos os órgãos de controle interno, obstrui o avanço de investigações da Polícia Federal que rondam bandidos de estimação, aparelha o Judiciário com nomeações cafajestes julgadores amigos e desafia abertamente até decisões do Supremo Tribunal Federal.
A Dilma de verdade sempre foi amiga, admiradora e comparsa dos incapazes capazes de tudo. No video inspirado no julgamento do mensalão, a performance dos companheiros canalhas contrasta didaticamente o desempenho da gente honrada, o que divide os personagens em homens da lei e vilões. A caçadora de corruptos só existe enquanto dura uma entrevista eleitoreira. No mundo real só há a nulidade que sempre lutou do lado errado.
Foi ela quem desfigurou o elenco com a substituição dos xerifes por juizes que torcem pela vitória da bandidagem. Foi ela quem, decidida a oferecer aos comparsas um final menos infeliz, mudou o desfecho do filme. Na coletiva, os jornalistas nem tocaram no assunto. Eles não são melhores que a entrevistada. Também acham que besteirol é notícia e mentira vira manchete.