No Datafolha fechado em 15 de agosto, dois dias depois da morte de Eduardo Campos, Marina Silva era uma presidenciável promissora. Tinha 21% das intenções de voto, contra 20% de Aécio Neves e 36% de Dilma Rousseff. A taxa de rejeição, por mixuruca, prenunciava o crescimento de Marina. Apenas 11% do eleitorado dizia que jamais votaria nela. Um índice bem menor que o atribuído a Dilma e a Aécio, refugados respectivamente por 34% e 18% dos eleitores.
Rejeição
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
18 AGO2014
03 SET2014
10 SET2014
19 SET2014
26 SET2014
30 SET2014
0%5%10%15%20%25%30%35%40%45%50%55%60%65%70%
31%
25%
23%
O Datafolha veiculado nesta terça-feira, 30 de setembro, traz o retrato de outra Marina, uma candidata em apuros. Depois de ter saboreado um empate em 34% com Dilma no final de agosto, Marina oscilou negativamente em quatro pesquisas. Hoje, a cinco dias da eleição, bateu em 25%. Deixou de ser uma ameaça para Dilma (40%) e passou a ser ameaçada por Aécio (20%).
Pior: a taxa de rejeição de Marina, aquela que era de 11% há um mês e meio, bateu em 25%. Agora, a ojeriza a Marina já é maior do que a antipatia a Aécio (23%). Até a taxa de rejeição de Dilma oscilou para baixo. No mesmo período, foi de 34% para 31%. O maior aliado de Marina no momento é o calendário. Se a eleição não estivesse tão próxima, a ultrapassagem de Aécio seria uma certeza, não uma interrogação.
No comitê de Dilma, o índice mais festejado é justamente a rejeição de Marina. O índice indica que o marketing depreciativo urdido por João Santana vai surtindo todos os efeitos desejados pelo petismo. Além de medo, o terrorismo eleitoral contra Marina instilou num pedaço do eleitorado repugnância a Marina, um sentimento mais difícil de ser revertido.
Alheios a qualquer tipo de prurido ético-existencial, Dilma e seus operadores tomaram gosto pela tática da demolição. Na marretada mais recente, o comitê oficial levou ao ar um comercial que vincula Marina a aos ex-pefelês Jorge Bornhausen e Heráclito Fortes (assista abaixo). Quem acha exagerado deve se preparar o segundo turno. Seja qual for o adversário, o marketing de Dilma pegará pesado. Será necessário tirar as crianças da sala.