terça-feira, 30 de setembro de 2014

Brasil pode ter nota rebaixada já em 2015, diz Moody's. Dilma é um desastre sem fim...

João Sorima Neto - O Globo

Avaliação da economia pela agência de classificação de risco independe de quem for eleito

O Brasil poderá ter sua nota de crédito rebaixada pela agência de classificação de risco Moody’s já em 2015 caso o cenário econômico apresente piora, independente de quem seja o presidente eleito. A informação foi dada nesta manhã em São Paulo pelo analista da Moody’s responsável pela nota soberana do país, o economista mexicano Mauro Leos.

- Temos um prazo protocolar de 12 a 18 meses para reavaliar a economia. Vamos esperar a reação do mercado, a equipe e as políticas que serão anunciadas pelo novo governo. Se as perspectivas melhorarem, esperamos esse período para uma reavaliação na nota. Mas se as condições da economia piorarem, não somos obrigados a esperar e pode acontecer o rebaixamento - afirmou Leos, nesta terça-feira, durante a 16ª conferência da Moody’s, realizada em São Paulo.

Atualmente a nota do Brasil é Baa2, com perspectiva negativa, a segunda menor classificação dentro da faixa considerada como grau de investimento. Neste grupo também países como Colômbia, Panamá e Uruguai. O último nível do grau de investimento é a nota Baa3. Nesse patamar, segundo a avaliação da Moody’s, estão nações como a Indonésia, Índia e Turquia.

Ele disse que a agência vai esperar a reação do Congresso e do mercado financeiro ao novo governo. O economista avalia que um período de 12 meses é suficiente para avaliar o país. Em seu cenário principal para a economia brasileira, no ano que vem, a Moody’s não espera uma piora drástica da economia, embora não esteja muito otimista.

- A tendência de baixo crescimento deverá se manter em 2015. Pode acontecer até uma recessão de 1% ou 2%, não sabemos - disse o analista.

No início deste mês, o Brasil teve sua perspectiva rebaixada de estável para negativa.Leos explicou que o baixo crescimento da economia, a queda do consumo, a redução do investimento privado, provocado pela desconfiança do empresariado, e a piora da dívida pública fizeram a Moody's reduzir a perspectiva para o Brasil.

— Uma das principais razões para o rebaixamento das perspectiva de estável para negativa do país, foi o crescimento da economia abaixo de seu potencial de 3% durante quatro anos consecutivos — disse Leos.