quarta-feira, 2 de abril de 2014

Recurso para inutilizar celular roubado levaria a uma economia de US$ 2,6 bilhões, diz estudo

O Globo

  • Segundo pesquisador americano, o chamado ‘Kill Switch’ inibiria os roubos e reduziria o gasto dos consumidores com seguros para smartphone e com a compra de novos aparelhos


Em foto de 2011, ladrão foge pela Avenida Rio Branco, no Centro do Rio, segurando celular que acabara de roubar
Foto: Gabriel de Paiva / Arquivo O Globo
Em foto de 2011, ladrão foge pela Avenida Rio Branco, no Centro do Rio, segurando celular que acabara de roubar Gabriel de Paiva / Arquivo O Globo


Estudo publicado no domingo calcula que os americanos economizariam US$ 2,6 bilhões ao ano se houvesse uma forma de inutilizar totalmente smartphones roubados. Segundo a pesquisa da Universidade Creighton, o chamado “Kill Switch” levaria à redução do roubo de celulares, fazendo com que os consumidores gastassem menos com seguro e compra de novos aparelhos.
De acordo com William Duckworth, estatístico que conduziu o estudo, os americanos gastam cerca de US$ 500 milhões ao ano substituindo por novos os smartphones levados por bandidos e US$ 2 bilhões em apólices de seguro vendidas pelas operadoras. A revista “Consumer Reports” calculou que cerca de 1,6 milhões de smartphones foram roubados nos Estados Unidos em 2012.
 
Duckworth argumenta que uma tecnologia que permitisse aos consumidores corromper remotamente os aparelhos roubados inibiria os criminosos e, consequentemente, pouparia os usuários de gastos desnecessários com novos celulares e seguros. Atualmente, o que há de mais próximo ao “Kill Switch” disponível são recursos que permitem apagar todos os dados do telefone, como o “Apagar seu dispositivo” oferecido pela Apple por meio do iCloud. Mas essas ferramentas não são efetivas na redução dos roubos, já que os bandidos não estão interessados nas informações contidas nos smartphones, mas nos aparelhos em si.

Embora 99% dos 1,2 mil usuários de smartphones entrevistados por Duckworth gostariam de ter um “Kill Switch” em seus celulares, a implementação do recurso está longe de se concretizar. Leis obrigando as fabricantes a adotar a tecnologia em todos os celulares já foram apresentadas ao Senado americano e à Câmara dos Deputados, mas ainda não houve votação, segundo o site “Huffington Post”.

Fabricantes de smartphones e operadoras de telefonia se opõem ao “Kill Switch”, alegando que o recurso poderia ser explorado por hackers para prejudicar consumidores. Mas em entrevista ao “Huff Post” em 2013, George Gascon, promotor de San Francisco, acusou as companhias de serem contrárias à ideia simplesmente porque lucrariam menos se ela estivesse em vigor. Pelos cálculos da “Warranty Week”, as operadoras americanas faturaram no ano passado US$ 7,8 bilhões com a venda de seguros. Ou seja, na opinião de Gascon, não é nem um pouco interessante para essas empresas uma queda no roubo de celulares.

“Minha pesquisa sugere que pelo menos metade dos donos de smartphone reduziriam seus gastos com seguro se o Kill Switch reduzisse o roubo dos aparelhos. Está claro que os americanos querem o Kill Switch, e a implementação da tecnologia seria benéfica para a segurança pública e proporcionaria uma economia de bilhões ao ano para os consumidores”, escreveu Duckworth.






.