terça-feira, 29 de abril de 2014

Filhas e genros de ex-diretor da Petrobras, cupincha de Lula e Dilma, vão responder na Justiça por ocultação de provas

Daniel Haidar - Veja

 

Familiares de Paulo Roberto Costa retiraram documentos do escritório dele no dia da deflagração da operação Lava-Jato, em 17 de março

 
Vídeo mostra Márcio Lewkowicz, genro do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, escondendo documentos que seriam apreendidos pela Polícia Federal
Vídeo mostra Márcio Lewkowicz, genro do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, escondendo documentos que seriam apreendidos pela Polícia Federal (Reprodução)

As duas filhas e os genros de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, vão responder na Justiça Federal do Paraná por "embaraço à investigação de infração penal que envolva organização criminosa". Shanni Azevedo Costa Bachmann, Arianna Azevedo Costa Bachmann, Márcio Lewkowicz e Humberto Sampaio de Mesquita foram acusados pelo Ministério Público Federal de atuar em conjunto com Paulo Roberto Costa, para destruir provas que documentariam crimes investigados na operação Lava-Jato, enquanto o patriarca era conduzido para prestar depoimento na sede da Polícia Federal no Rio de Janeiro no dia 17 de março.

Imagens de elevadores do condomínio Península Office, onde Costa e as filhas possuem salas, foram anexadas no processo para comprovar a ocultação de documentos pelas filhas de Costa com os respectivos maridos.

"Os familiares de Paulo estiveram em seu escritório profissional dali retirando volumes significativos de material, ainda não identificado, logo antes da busca e apreensão e enquanto a Polícia Federal buscava na residência dele a chave do local. O fato foi objeto de registro em câmaras de segurança. Se a visita dos familiares ao local, naquela data e horário, para retirada de material foi, como alega a Defesa, mera coincidência peculiar, é questão de mérito que só pode ser resolvida ao final. Nessa fase, tal argumentação não tem, pelo menos, a plausibilidade necessária para infirmar o recebimento da denúncia", diz o juiz federal Sérgio Moro no despacho em que abriu o processo.

Costa foi envolvido na operação Lava-Jato, porque policiais descobriram que o doleiro Alberto Youssef comprou, com uma empresa de fachada, um Land Rover Evoque, por 250 mil reais, para uso do ex-diretor da Petrobras. Foi uma tentativa de esconder que Costa era o verdadeiro dono do veículo. Ao longo das investigações, no entanto, foi constatado que Costa, na verdade, comandou uma organização criminosa com o doleiro para desviar recursos da Petrobras. Em outro processo, Costa é acusado de lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa com Youssef e outros oito comparsas.

Documentos apreendidos na operação Lava-Jato indicam que Costa foi o destinatário de 7,9 milhões de reais em propinas pagas pelo consórcio CNCC, comandado pela construtora Camargo Corrêa.