Luciana Nunes Leal - O Estado de São Paulo
Para ministro, evento sobre a Copa no Rio foi mais difícil que o da semana passada, em São Paulo: 'Aqui as pessoas têm dificuldade de ouvir'
Ao deixar a sede do Sindicato dos Bancários, na noite dessa
segunda-feira, 29, depois de quase quatro horas de debate sobre a Copa do Mundo
em que foi xingado, vaiado e ridicularizado por manifestantes contrários à
realização do campeonato, o ministro da Secretaria Geral da Presidência da
República, Gilberto Carvalho, disse que teve oportunidade de sentir "o pulso de
como está uma parte da sociedade", mas ressalvou que se trata de uma minoria da
população. "Isso é um pouco a panela de pressão que explode", afirmou.
O ministro disse que o debate no Rio foi mais difícil do que o encontro realizado em São Paulo, quando também foi muito cobrado. "Aqui foi mais difícil porque as pessoas têm dificuldade de ouvir. Lá em São Paulo a gente conseguiu dialogar um pouco mais. Mas faz parte, nós temos que pagar o preço da democracia que é bem isso", afirmou Carvalho na porta do sindicato, de onde saiu escoltado por integrantes do Sindicato dos Estivadores que atuaram como seguranças improvisados durante o debate.
"Estou disposto a voltar, a fazer mais vezes (encontros com os movimentos sociais). Viver democracia é isso. Também tem que levar em conta que essa meninada tem muita dificuldade de ouvir, é natural dessa idade, a gente já viveu esses tempos", disse o ministro, tentando minimizar o incidente e, ao mesmo tempo, apontar o grupo hostil como uma pequena parte entre os manifestantes de várias partes do País. "É assim que se tem o pulso de como está uma parte da sociedade. Mas não vamos nos iludir, achar que isso representa maioria do povo não é real. É uma pequena vanguarda bem pequena hoje no País que tem esse tipo de posição. Não representa nem de longe a posição da maioria das pessoas. Marquei com eles encontro depois da Copa, vocês vão ver como vai ser a festa da Copa, não vai ter espaço para esse tipo de manifestação", disse o ministro.
Gilberto Carvalho reconheceu que há problemas levados a ele, como a resistência a remoções, que terão de ser discutidos pelo governo federal. Durante o debate, o ministro foi interrompido várias vezes, muito vaiado, especialmente em três momentos, quando foi também acusado de insensibilidade diante dos problemas citados pelos representes de movimentos sociais. Em um deles, Carvalho argumentou que os pontos levantados "a rigor não tinham a ver com a Copa". Parte do público também se revoltou quando Carvalho prometeu voltar em agosto "para a gente olhar a Copa que passou".
Já no fim do debate, o ministro foi novamente vaiado quando disse a uma moradora ameaçada de remoção: "Saia um pouco do seu pedaço, pense no País". O debate transcorreu sem incidentes na primeira hora. Depois, quando estivadores e militantes anti-Copa se desentenderam na entrada do salão, o clima ficou tenso. Gilberto Carvalho, foi agredido verbalmente, vaiado e ridicularizado. Um dos participantes chegou a colocar um rolo de papel higiênico diante do ministro, depois de protestar contra a violência da polícia do Rio e das ameaças de remoções. Carvalho ficou calado, mas, contrariado, balançou a cabeça negativamente.
A ativista Elisa de Quadros Pinto Sanzi, a Sininho, referiu-se a Carvalho como "palhaço" e "ministro da Suíça". Outro manifestante da Frente Independente Popular (FIP) disse que o lugar de Carvalho era a "sete palmos abaixo do chão". Quando uma faixa foi estendida com os dizeres "não vai ter Copa" durante o debate, o ministro tomou a palavra. "Nada vai ser resolvido no grito. Vamos ouvir os companheiros e quem sabe desconfiar que não somos os donos da verdade", disse Carvalho.
Em outro momento, o ministro reagiu: "Fico com medo desse tipo de democracia em que algumas pessoas dessa sala parecem acreditar". "Não tenho medo de nada. Abram-se para a verdade do outro, não permitam que o sectarismo atrapalhe vocês", reagiu Carvalho, sem, no entanto, conseguir ser ouvido pelo grupo mais exaltado. "Vamos cercar o Maracanã", gritou um manifestante, referindo-se à mobilização de protestos nos dias da Copa. Em alguns momentos, Carvalho elevou a voz para ser ouvido, como quando fez a defesa do programa de habitação popular do governo petista e dos investimentos em saúde. "O Minha Casa, Minha Visa é o maior programa habitacional do mundo. Sectarismo é terrível. A Copa do Mundo não compete com a saúde", sustentou o ministro.
O ministro disse que o debate no Rio foi mais difícil do que o encontro realizado em São Paulo, quando também foi muito cobrado. "Aqui foi mais difícil porque as pessoas têm dificuldade de ouvir. Lá em São Paulo a gente conseguiu dialogar um pouco mais. Mas faz parte, nós temos que pagar o preço da democracia que é bem isso", afirmou Carvalho na porta do sindicato, de onde saiu escoltado por integrantes do Sindicato dos Estivadores que atuaram como seguranças improvisados durante o debate.
"Estou disposto a voltar, a fazer mais vezes (encontros com os movimentos sociais). Viver democracia é isso. Também tem que levar em conta que essa meninada tem muita dificuldade de ouvir, é natural dessa idade, a gente já viveu esses tempos", disse o ministro, tentando minimizar o incidente e, ao mesmo tempo, apontar o grupo hostil como uma pequena parte entre os manifestantes de várias partes do País. "É assim que se tem o pulso de como está uma parte da sociedade. Mas não vamos nos iludir, achar que isso representa maioria do povo não é real. É uma pequena vanguarda bem pequena hoje no País que tem esse tipo de posição. Não representa nem de longe a posição da maioria das pessoas. Marquei com eles encontro depois da Copa, vocês vão ver como vai ser a festa da Copa, não vai ter espaço para esse tipo de manifestação", disse o ministro.
Gilberto Carvalho reconheceu que há problemas levados a ele, como a resistência a remoções, que terão de ser discutidos pelo governo federal. Durante o debate, o ministro foi interrompido várias vezes, muito vaiado, especialmente em três momentos, quando foi também acusado de insensibilidade diante dos problemas citados pelos representes de movimentos sociais. Em um deles, Carvalho argumentou que os pontos levantados "a rigor não tinham a ver com a Copa". Parte do público também se revoltou quando Carvalho prometeu voltar em agosto "para a gente olhar a Copa que passou".
Já no fim do debate, o ministro foi novamente vaiado quando disse a uma moradora ameaçada de remoção: "Saia um pouco do seu pedaço, pense no País". O debate transcorreu sem incidentes na primeira hora. Depois, quando estivadores e militantes anti-Copa se desentenderam na entrada do salão, o clima ficou tenso. Gilberto Carvalho, foi agredido verbalmente, vaiado e ridicularizado. Um dos participantes chegou a colocar um rolo de papel higiênico diante do ministro, depois de protestar contra a violência da polícia do Rio e das ameaças de remoções. Carvalho ficou calado, mas, contrariado, balançou a cabeça negativamente.
A ativista Elisa de Quadros Pinto Sanzi, a Sininho, referiu-se a Carvalho como "palhaço" e "ministro da Suíça". Outro manifestante da Frente Independente Popular (FIP) disse que o lugar de Carvalho era a "sete palmos abaixo do chão". Quando uma faixa foi estendida com os dizeres "não vai ter Copa" durante o debate, o ministro tomou a palavra. "Nada vai ser resolvido no grito. Vamos ouvir os companheiros e quem sabe desconfiar que não somos os donos da verdade", disse Carvalho.
Em outro momento, o ministro reagiu: "Fico com medo desse tipo de democracia em que algumas pessoas dessa sala parecem acreditar". "Não tenho medo de nada. Abram-se para a verdade do outro, não permitam que o sectarismo atrapalhe vocês", reagiu Carvalho, sem, no entanto, conseguir ser ouvido pelo grupo mais exaltado. "Vamos cercar o Maracanã", gritou um manifestante, referindo-se à mobilização de protestos nos dias da Copa. Em alguns momentos, Carvalho elevou a voz para ser ouvido, como quando fez a defesa do programa de habitação popular do governo petista e dos investimentos em saúde. "O Minha Casa, Minha Visa é o maior programa habitacional do mundo. Sectarismo é terrível. A Copa do Mundo não compete com a saúde", sustentou o ministro.