quarta-feira, 30 de abril de 2014

Queda de Dilma na pesquisa CNT/MDA desorienta PT

O Globo

 
  • PROS vai comunicar ao governo que poderá deixar a base, se não ganhar o Ministério da Integração Naciona
O clima de perplexidade e desorientação tomou conta na terça-feira do PT e dos partidos da base aliada com a divulgação da pesquisa CNT/MDA que confirmou a tendência acelerada de queda da aprovação e de intenções de voto da presidente Dilma Rousseff. Pela primeira vez, a pesquisa aponta para a possibilidade de realização de um segundo turno nas eleições de outubro.

Os analistas ressaltaram que a rejeição a Dilma chegou aos 43,1% e que ela foi afetada pelo escândalo da Petrobras. E o pior: para os articuladores petistas, não há uma saída à vista. Nada do que foi feito na área de comunicação e lançamento de programas estancou a queda. E até mesmo a substituição do nome de Dilma pelo do ex-presidente Lula poderia ser eleitoralmente desastrosa.

Dilma também perdeu popularidade, tanto na avaliação do seu governo como na de seu desempenho pessoal. Segundo a pesquisa CNT/MDA, Dilma ainda venceria os adversários Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) num segundo turno, mas vem perdendo votos continuamente. E o auge da crise da Petrobras ainda está por vir, com a instalação da CPI que investigará a estatal e terá o governo como alvo.

— Ninguém sabe o que fazer. Se Dilma cair abaixo de 30%, as chances de vitória são quase inexistentes. Ao PT, agora, só cabe ficar observando e esperando dela um gesto. Lula não pode chegar e dizer: eu serei o candidato. Dilma tem que tomar a iniciativa de chamar Lula — diz um dos estrategistas do PT.

Há também, entre os petistas, uma certa irritação com a teimosia da presidente Dilma em seguir surda aos apelos por mudanças em seu governo.

— Manda falar com o João Santana! — desabafa um desses petistas, referindo-se ao marqueteiro que banca a estratégia de Dilma.

Os maus resultados, além de estimularem o movimento “Volta, Lula”, estão provocando debandada de partidos da base para o campo da oposição. Nesta quarta-feira, o até então fiel PROS, cuja direção se divide entre um grupo do baixo clero da Câmara e os irmãos Cid e Ciro Gomes, vai comunicar ao ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, que, se não ganhar o Ministério da Integração Nacional, poderá deixar a base.