Mônica Reolom - O Estado de S. Paulo
De acordo com a PM, cerca de 500 manifestantes se concentram na Estação de Metrô Tatuapé
Mônica Reolom/Estadão
PM estima que 500 manifestantes participam
de ato no Tatuapé
A Tropa de Choque bloqueia a saída dos manifestantes para a Radial Leste, com o objetivo de impedir que o trânsito na via seja interrompido. Diferentemente das outras manifestações contra a Copa, esta não tem um tema específico como educação ou saúde. O mote é apenas "Se não tiver direitos não vai ter Copa".
A dona de casa Márcia Zanferari Sauer, de 49 anos, estava com o marido e a filha de 14 anos na manifestação. A família, que mora na zona leste, participa do protesto pela primeira vez. "Não viemos por sermos contra a Copa, mas sim contra o sistema, contra toda essa 'roubalheira'. Muitas pessoas estão morrendo, o governo dá dinheiro para outros países e nós também somos dependentes do SUS".
O orçamentista Álvaro Luiz Sauer, de 51 anos, criticou a falta de preparo do Brasil para receber um evento como a Copa. "Nós vemos os discursos do Pelé, do Ronaldo e sabemos que eles têm muito mais dinheiro do que a gente e o que eles dizem fica só no discurso. O País, na verdade, não estava preparado para a Copa. Eu só não sei que Copa nós teremos, Sabemos que Copa vai ter, mas vamos passar vergonha", disse.
A Gaviões da Fiel convocou os seus associados para protegerem a Arena Corinthians de possíveis protestos de grupos contrários à realização da Copa do Mundo no local. Integrantes da organizada combinaram de se concentrar na frente da arena para garantir que o local não seja danificado pelos manifestantes.
Outros atos. O último ato contra a Copa do Mundo, no dia 15 de abril, terminou com depredação e 54 detidos. Os dois anteriores, que aconteceram em março, terminaram sem tumultos - não houve depredações e nem repressão policial. O primeiro protesto aconteceu em 25 de janeiro, quando 135 pessoas foram detidas e um manifestante foi baleado por PMs. O segundo, no dia 22 de fevereiro, registrou 260 detidos, entre eles cinco jornalistas.