terça-feira, 29 de abril de 2014

Em ato contra a Copa, black blocs queimam álbum de figurinhas

Mônica Reolom - O Estado de S. Paulo


De acordo com a PM, cerca de 500 manifestantes se concentram na Estação de Metrô Tatuapé


 
 

PM estima que 500 manifestantes participam de ato no Tatuapé - Mônica Reolom/Estadão
Mônica Reolom/Estadão
PM estima que 500 manifestantes participam de ato no Tatuapé
 
 
Cerca de 500 manifestantes, de acordo com a Polícia Militar, se concentram na noite desta terça-feira, 29, na região do Metrô Tatuapé, na zona leste de São Paulo, para o 6º ato contra a Copa do Mundo. Os black blocs, que chegaram por volta das 19 horas, queimaram álbuns de figurinhas da Copa do Mundo. Três menores foram apreendidos portando em suas mochilas estilingue, faca e pedra.

A Tropa de Choque bloqueia a saída dos manifestantes para a Radial Leste, com o objetivo de impedir que o trânsito na via seja interrompido. Diferentemente das outras manifestações contra a Copa, esta não tem um tema específico como educação ou saúde. O mote é apenas "Se não tiver direitos não vai ter Copa".

A dona de casa Márcia Zanferari Sauer, de 49 anos, estava com o marido e a filha de 14 anos na manifestação. A família, que mora na zona leste, participa do protesto pela primeira vez. "Não viemos por sermos contra a Copa, mas sim contra o sistema, contra toda essa 'roubalheira'. Muitas pessoas estão morrendo, o governo dá dinheiro para outros países e nós também somos dependentes do SUS".

O orçamentista Álvaro Luiz Sauer, de 51 anos, criticou a falta de preparo do Brasil para receber um evento como a Copa. "Nós vemos os discursos do Pelé, do Ronaldo e sabemos que eles têm muito mais dinheiro do que a gente e o que eles dizem fica só no discurso. O País, na verdade, não estava preparado para a Copa. Eu só não sei que Copa nós teremos, Sabemos que Copa vai ter, mas vamos passar vergonha", disse.

A Gaviões da Fiel convocou os seus associados para protegerem a Arena Corinthians de possíveis protestos de grupos contrários à realização da Copa do Mundo no local. Integrantes da organizada combinaram de se concentrar na frente da arena para garantir que o local não seja danificado pelos manifestantes.

Outros atos. O último ato contra a Copa do Mundo, no dia 15 de abril, terminou com depredação e 54 detidos. Os dois anteriores, que aconteceram em março, terminaram sem tumultos - não houve depredações e nem repressão policial. O primeiro protesto aconteceu em 25 de janeiro, quando 135 pessoas foram detidas e um manifestante foi baleado por PMs. O segundo, no dia 22 de fevereiro, registrou 260 detidos, entre eles cinco jornalistas.