O processador dos deputados do PSDB está sobrecarregado. Generaliza-se na bancada tucana a aversão ao rótulo de “governista”. O aquecimento da placa do tucanato da Câmara poderá ser medido numa reunião programada para a semana que vem, nas pegadas do julgamento sobre a chapa Dilma Rousseff-Michel Temer, no Tribunal Superior Eleitoral. A infantaria tucana descerá do muro. A maioria quer pular do lado oposicionista.
Abstendo-se de antecipar a posição dos seus liderados, o deputado Ricardo Trípoli (SP), líder da bancada do PSDB, confirmou ao blog que reunirá a tropa entre terça e quinta-feira: “Tomaremos uma decisão política.” E se o veredicto do TSE for adiado por um pedido de vista? “Nossa decisão não está vinculado necessariamente à continuidade do julgamento na Justiça Eleitoral. Até porque tem também o outro processo”, em que o presidente é investigado no STF.
O senador Tasso Jereissati (CE), que assumiu a presidência do PSDB depois que Aécio Neves virou um caso de polícia, vem sendo avisado sobre a marcha dos deputados. Mas apenas parte dos senadores tucanos cogita se associar ao movimento da Câmara. É improvável, de resto, que todos os três ministros da legenda batam em retirada da Esplanada. Ou seja: o último grande empreendimento político de Temer deve ser a atomização do PSDB.