segunda-feira, 12 de junho de 2017

"Mais times do coração", por Ruy Castro


Nacho Doce/Reuters
Vista aérea do Maracanã feita em janeiro de 2017
Vista aérea do Maracanã feita em janeiro de 2017


Folha de São Paulo

Leitores me cobraram pelas omissões na coluna de sábado (10), em que listei os times do coração de alguns clássicos da música e da literatura. Por questão de espaço, elas eram inevitáveis. Pois aqui vão mais listas –e, certamente, novas omissões.

A grande dupla das chanchadas tomava partido: Oscarito era América; Grande Otelo, Flamengo. As rainhas dos auditórios, também: Emilinha (e Dalva de Oliveira), Botafogo; Marlene, Fluminense. Mas Virgínia Lane, "a vedete do Brasil", era Flamengo, assim como Ângela Maria, Elza Soares e as irmãs Linda e Dircinha Baptista. Cauby Peixoto, idem. Roberto Silva, o maior cantor que o Brasil não descobriu, era Botafogo. Pery Ribeiro, também. Orlandivo, Fluminense. E Tim Maia, América.

Antonio Maria era Vasco; Dolores Duran, Flamengo. Jorge Goulart era Fluminense; e Nora Ney, sua mulher, Olaria (foi enterrada com a bandeira do clube). Flamengo eram também Geraldo Pereira, Blecaute, Miltinho, Ed Lincoln e Simonal. Já Haroldo Barbosa, autor de "Eu Quero um Samba", "Pra que Discutir com Madame" e "Tim-tim por Tim-tim", era Fluminense (num Fla-Flu, apostou o bigode com Ary Barroso. E ganhou).

Os Cariocas, na sua formação original, se dividiam: Ismael e Severino eram Vasco; Badeco e Quartera, América. E os maestros? Radamés Gnattali, Botafogo; Lyrio Panicali, Fluminense. E no choro? Jacob do Bandolim, Vasco; Waldir Azevedo, Flamengo. E no samba? Ismael Silva, Vasco; Ataulfo Alves, Flamengo. Cartola, Fluminense; Nelson Cavaquinho, Vasco. Zé Kéti, Vasco; Billy Blanco, Flamengo. E João Nogueira, Flamengo; Jamelão, Vasco.

E hoje? João Bosco, Moacyr Luz e Paulo Cesar Pinheiro são Flamengo. Beth Carvalho e Zeca Pagodinho, Botafogo. Mas ninguém bate o Vasco na área do samba: Paulinho da Viola, Guinga, Nei Lopes, Martinho da Vila, Aldir Blanc e Nelson Sargento.