sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Trump se torna o 45º presidente dos EUA e faz discurso agressivo e protecionista

Folha de São Paulo


O republicano Donald Trump, 70, tomou posse nesta sexta-feira (20) como o 45º presidente dos Estados Unidos —o mais velho a assumir a Casa Branca.

Em seu primeiro discurso como presidente, Trump adotou tom agressivo e protecionista. Ele prometeu transferir o poder político de Washington para os americanos e disse que o povo não será ignorado pelo governo. "Vamos trazer de volta nossos empregos, nossas fronteiras, nosso patrimônio e sonhos." Leia aqui a íntegra do discurso.

Nas ruas de Washington, manifestantes realizam protestos contra o governo Trump. Alguns grupos entraram em confronto com a polícia a poucas quadras do trajeto do desfile presidencial. Mais de 90 pessoas foram detidas.

O desfile está marcado para começar as 18h (horário de Brasília), quando Trump sairá do Capitólio rumo à Casa Branca. À noite, ele e a primeira-dama, Melania, devem comparecer a três bailes oficiais.


acompanhe


  • Donald Trump estreou seu perfil de presidente dos EUA com uma foto e um link para seu discurso de posse. Além dessa, ele mantém também sua conta pessoal.
    Facebook
  • Leia a íntegra do primeiro discurso de Trump como presidente dos EUA.
    Andrew Harnik/Associated Press
     Donald Trump is sworn in as the 45th president of the United States as Melania Trump looks on during the 58th Presidential Inauguration at the U.S. Capitol in Washington, Friday, Jan. 20, 2017. (AP Photo/Andrew Harnik) ORG XMIT: DCDA129
    Trump faz o juramento de posse ao lado da mulher, Melania
    Facebook
  • Mais de 90 manifestantes que protestavam contra Trump foram detidas pela polícia após confrontos com as forças de segurança no centro de Washington.
    Fachadas de lojas e de agências bancárias foram depredadas por alguns ativistas que usavam máscaras. Dois policiais ficaram feridos após manifestantes resistirem à prisão.
    Agora os confrontos ocorrem a poucas quadras das ruas que são parte do trajeto do desfile presidencial, marcado para começar às 18h (Brasília), quando Trump sairá do Capitólio em direção à Casa Branca.
    Adrees Latif/Reuters
    Activists run after being hit by a stun grenade while protesting against U.S. President Donald Trump on the sidelines of the inauguration in Washington, DC, U.S., January 20, 2017.
    Manifestantes anti-Trump correm após bombas de gás lacrimogêneo serem lançadas por policiais em Washington
    Facebook
  • Mal virou presidente, e Donald Trump já voltou a passar o chapéu.
    Em e-mail a eleitores, "humilde em escrever pela primeira vez como presidente", ele disse que a nova presidente do Partido Republicano lhe mandaria uma lista daqueles que aceitaram renovar sua adesão à legenda em 2017. Para que isso se concretize, pede contribuições de US$ 15 a US$ 250.
    Leia a mensagem na íntegra:
    Anna Virginia,
    I am humbled to write to you for the first time as your president.
    This is an honor I will never take lightly - and I will NEVER forget the brave and strong Americans who entrusted me with this great responsibility.
    Today, the world witnessed a free people reclaim their independence and take their country back. And it was all thanks to your support and winning attitude, Anna Virginia.
    Ronna McDaniel - our Party's terrific new chairman and a real winner - will soon be sending me a list of our many members who renewed their commitment for the 2017 year.
    Anna Virginia: I hope you will accept your Sustaining Membership to sustain everything we accomplished for years and years to come.
    Please accept your Sustaining Membership for the 2017 year and make a contribution of $250, $100, $65, $50, $35, $25, or $15.
    I am ready to work for you, I am ready to fight for you, and together, we will Make America Great Again!
    God bless you,
    Donald J. Trump
    President of the United States
    Facebook
  • O blog The Slot, do site Jezebel, comparou o discurso de Trump ao do vilão Bane, do filme "Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge" (2012).
    "Hoje não estamos simplesmente transferindo o poder de uma administração para outra ou de um partido para outro. Estamos transferindo poder de Washington e devolvendo a vocês... o povo! (...) Por muito tempo um pequeno grupo da capital da nossa nação ceifou os benefícios do governo enquanto o povo pagava o custo. Washington floresceu mas o povo não compartilhou de sua riqueza", disse o presidente.
    "Nós tomamos Gotham dos corruptos. Dos ricos! Os opressores de gerações que mantiveram vocês com mitos de oportunidade, e nós devolvemos a vocês... o povo. (...) Os poderosos serão limados dos seus ninhos decadentes, e jogados no mundo frio que conhecemos e onde sobrevivemos", afirmou o vilão do filme do diretor Christopher Nolan.
    Facebook
  • Patrícia Campos Mello/Folhapress
    Protesto em Washington contra o presidente dos EUA, Donald Trump
    Protesto em Washington contra o presidente dos EUA, Donald Trump
    Patricia Campos Mello, enviada especial a Washington - Uma multidão munida de cartazes contra o presidente recém-empossado Donald Trump saiu da union Station ao meio dia e caminha em direção à praça McPherson, próxima à Casa Branca. Os manifestantes carregam cartazes "Trump não é meu presidente", "Contra o racismo", "Imigrantes são bem-vindos". No congestionamento que se formou nas ruas vizinhas, motoristas fizeram um buzinaço em solidariedade.
    Nas posses de Barack Obama, em 2013 e 2009, houve um número insignificante de protestos. Na posse de George W Bush em 2001, houve alguns protestos espalhados pela cidade, mas nenhum dano significativo. Nesta sexta-feira (20), várias vitrines de lojas no centro de Washington foram quebradas e a polícia estava dispersando manifestantes com gás de pimenta. Ainda não havia números sobre manifestantes, mas houve um número bem maior de protestos —a última vez em que a capital foi sacudida por tantos protestos foi na posse de Richard Nixon, quando houve várias manifestações contra a guerra do Vietnã.
    O protesto foi organizado pelo movimento #DisruptJ20 (atrapalhe 20 de janeiro), e foi convocado pelas mídias sociais.
    Dierdre Price, 47, veio do Estado da Pensilvânia para participar do protesto durante a posse e a Marcha das Mulheres, que se realiza amanhã. Ela carregava um cartaz com os dizeres: "PeeOTUS" e gotas de urina desenhadas. O cartaz misturava POTUS (sigla para presidente dos estados unidos) e pee (urina), uma menção ao dossiê não comprovado que circulou por Washington, com acusações de que Trump teria se submetido a práticas sexuais não ortodoxas como ser urinado por prostitutas em uma visita à Rússia.
    "Se eu não mantiver o bom humor, não vou conseguir permanecer sã", disse.
    O aposentado Drew Allbritton, que era registrado como republicano e trabalhou no governo de Ronald Reagan, carregava um cartaz com os dizeres: Government of Putin (GOP), uma brincadeira misturando a sigla que identifica o partiudo republicano (grand old party) e a simpatia do presidente eleito pelo líder russo Vladimir Putin. "Eu vivi a guerra fria, eu sei do que os russos são capazes, e sei que Trump não vai fazer nada para impedi-los."
    Facebook
  • Um dos netos de Trump, filho de Ivanka, roubou a cena com brincadeiras enquanto estava no colo da mãe, atrás do presidente Trump quando ele assinava suas primeiras ordens executivas.
    Facebook
  • Reprodução
    A conta de Twitter do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump
    A conta de Twitter do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump
    Trump agora mudou a imagem de fundo da conta do presidente dos EUA. A imagem anterior, que Trump colocou assim que tomou posse, tinha diversas bandeiras americanas e era de quando Obama tomou posse em 2009.
    Facebook
  • Kevin Lamarque/Reuters
    O presidente dos EUA, Donald Trump, gesticula antes do discurso de posse em Washington
    O presidente dos EUA, Donald Trump, gesticula antes do discurso de posse em Washington
    Em discurso agressivo, Trump defende colocar EUA como prioridade
    DE SÃO PAULO — Ao tomar posse nesta sexta-feira (20), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez um discurso agressivo e protecionista, ressaltando a necessidade de priorizar o país e criticou os políticos tradicionais.
    No início, usou um tom mais diplomático ao se referir ao seu antecessor, Barack Obama, e sua mulher, Michelle, por "sua amável ajuda durante a transição". "Eles foram maravilhosos", afirmou.
    Em seguida, porém, incorporou a retórica usada na campanha presidencial e fez diversas críticas do democrata, a começar por declarar que estava retomando o controle do poder para a população.
    "O dia 20 de janeiro de 2017 será lembrado como o dia em que o povo voltou a ser quem comanda esta nação. Os homens e mulheres esquecidos nunca mais serão esquecidos. Agora todos os ouvem."
    O republicano afirma que o país passa por "uma carnificina" provocada pela pobreza, a baixa geração de empregos e problemas no sistema educacional, que levam a população para a criminalidade, as quadrilhas e as drogas.
    Ele citou como princípio de sua administração "América Primeiro", e declarou que todas as decisões em comércio, impostos, imigração e política externa serão feitas para beneficiar trabalhadores e famílias americanas.
    "Vamos buscar a amizade e boa vontade com as nações deste mundo —mas nós vamos fazer com o entendimento de que é direito de todas as nações colocarem seus interesses na frente."
    Também defendeu a união do mundo civilizado contra o terrorismo islâmico, "que vamos erradicar por completo da face da Terra". Por fim, pediu a união dos americanos, mas sem citar os imigrantes.
    "É tempo para lembrar que não importa se somos brancos, pardos ou negros, nós sempre acreditamos no mesmo sangue dos patriotas. Nós temos as mesmas glórias e liberdades, e saudamos a mesma bandeira americana."
    Facebook
  • Neste momento, ainda no Capitólio, o presidente Trump assina suas primeiras ordens executivas.