quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Produção industrial brasileira avançou 0,2% em novembro

Caminhão na linha de montagem da fábrica da Mercedes no ABC paulista Foto:  

Caminhão na linha de montagem da fábrica da Mercedes no ABC paulista -  
Daiane Costa - O Globo


A produção industrial brasileira subiu 0,2% em novembro frente ao mês anterior, segundo dados divulgados nesta quinta-feira pelo IBGE. Em outubro, a taxa havia caído 1,2% na comparação com setembro.

Em relação ao mesmo mês do ano passado, a queda foi de 1,1%. A queda registrada na comparação com novembro do ano anterior é a 33º taxa negativa consecutiva nessa comparação, mas a menos intensa desde março de 2014, quando a produção industrial recuou 0,4%.

No resultado acumulado nos onze primeiros meses do ano há, no entanto, uma perda de 7,1%. Nos doze meses encerrados em novembro, a queda chega a 7,5%. A retração no acumulado nos últimos 12 meses reduziu o ritmo de queda em relação ao registrado na mesma comparação em junho, julho, agosto, setembro e outubro.

A previsão dos analistas ouvidos pela Bloomberg era de alta de 1,6% em relação a outubro e de 0,3% em relação ao mesmo mês do ano passado. Pelo resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre do ano, a atividade industrial teve queda de 2,9% em relação ao segundo trimestre, puxada por uma perda de 4,9% da construção e 3,5% da indústria de transformação.


O setor caminha para acumular três anos seguidos de retração, quando consideradas as previsões para 2016. Sob impacto da retração do setor automotivo, a produção da indústria brasileira teve queda de 8,3% no ano passado. Foi o pior desempenho da atual série histórica da pesquisa do IBGE, iniciada em 2003.

PREDOMINÂNCIA DE TAXAS POSITIVAS

Entre as grandes categorias, na passagem de mês, apenas uma das quatro grandes categorias registrou resultado negativo. Bens de capital teve alta de 2,5%, bens intermediários teve alta de 0,5%, bens de consumo duráveis cresceu 4% e semiduráveis e não duráveis teve queda de 0,5%.

Em relação a novembro de 2015, apenas bens de capital (1,1%) e bens de consumo duráveis (9%) tiveram resultado positivo. Bens intermediários caiu 0,6% e bens semiduráveis e não duráveis caiu 4,8%.


Na passagem de outubro para novembro de 2016, 13 dos 24 ramos pesquisados mostraram taxas positivas. Destaque para o avanço de 6,1% registrado por veículos automotores, reboques e carrocerias. Outras contribuições positivas relevantes sobre o total nacional vieram de indústrias extrativas (1,5%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (6,6%), de máquinas e equipamentos (2,4%), de confecção de artigos do vestuário e acessórios (4,4%), de produtos de minerais não-metálicos (2,2%) e de produtos de borracha e de material plástico (2,2%).

Já entre os 11 ramos que reduziram a produção em novembro, o desempenho de maior impacto no resultado geral da indústria foi assinalado por coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, que recuou 3,3%. Outros impactos negativos importantes foram observados nos setores de perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene pessoal (-1,8%), de máquinas,

aparelhos e materiais elétricos (-3,1%), de outros equipamentos de transporte (-5,7%), de produtos alimentícios (-0,3%) e de produtos de metal (-1,6%). Essas atividades também apontaram taxas negativas em outubro: -1,9%, -3,4%, -4,2%, -3,3% e -2,6%, respectivamente.