Operação foi feita em duas tranches, com vencimentos em cinco e em dez anos; demanda teria ficado em torno de US$ 20 bi
A Petrobrás concluiu sua emissão externa, a primeira de uma companhia brasileira em 2017, ao levantar US$ 4 bilhões, apurou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. A operação foi feita em duas tranches, sendo uma com vencimento de cinco anos, cuja taxa baixou de 6,5% para 6,125%, e outra de dez anos, com taxa de 7,375% ante patamar inicial de 7,75%.
A demanda pela emissão da Petrobras teria ficado em torno dos US$ 20 bilhões, conforme fontes informaram mais cedo. A intenção da estatal era levantar, no mínimo, US$ 2 bilhões, montante referente à recompra de bônus já emitidos pela petrolífera até 2020.
Mais cedo, em comunicado ao mercado, a companhia informou que pretendia usar os recursos líquidos da venda dos títulos para recomprar títulos antigos e fins corporativos gerais, incluindo refinanciamento de dívidas a vencer.
A agência de classificação de risco Moody's atribuiu rating B2, com perspectiva estável, à emissão externa da Petrobras. A nota está suportada, conforme a classificadora, na base sólida de reservas da companhia, sua posição dominante no setor brasileiro de óleo e gás fora a importância da petrolífera para a economia brasileira. Consideram ainda a análise de risco da empresa como uma emissora relacionada ao governo.
"Os ratings da Petrobras refletem probabilidade moderada de apoio extraordinário do governo brasileiro. A atual situação fiscal do governo ameniza sua capacidade de apoiar a Petrobras o suficiente para evitar um default", avalia a Moody's, em relatório ao mercado.
Corroborando o menor custo que da captação da Petrobras, a classificadora enfatiza que em 2016 o risco de liquidez da estatal se reduziu por conta da venda de ativos, que somou US$ 13,6 bilhões obtidos, e a troca de dívidas de US$ 10 bilhões no terceiro trimestre do ano passado, que ajudou a alongar seu endividamento.
Pondera, contudo, que permanece significativo visto que o volume de vencimentos em 2017 e 2018 somavam US$ 7,9 bilhões e US$ 13,5 bilhões nos anos de 2017 e 2018, totalizando US$ 21,4 bilhões no período. A Moody's cita ainda riscos para a sua liquidez como do seu próprio plano de negócios bem como a ação da SEC (CVM americana) e do DoJ (Departamento de Justiça americano) em torno da Lava Jato.