Estudo apontou que crédito rotativo, empréstimo pessoal e juros do comércio tiveram redução em dezembro; mesmo assim, taxas continuam altas
Após o Banco Central (BC) anunciar nos últimos meses duas reduções seguidas na Selic, as taxas de juros do cartão de crédito caíram em dezembro, mostra levantamento feito pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). A média do juro cobrado recuou de 15,43% ao mês em novembro para 15,33% ao mês em dezembro. Na taxa anual, a queda foi de 459,53% em novembro para 453,74% em dezembro.
Das outras cinco modalidades de crédito para pessoa física pesquisadas, três também recuaram na mesma base de comparação: empréstimos pessoais concedidos pelos bancos (de 4,62% para 4,58% ao mês e de 71,94% para 71,15% ao ano), empréstimos pessoais concedidos por financeiras (de 8,35% para 8,29% ao mês e de 161,79% para 160,05% ao ano) e os juros do comércio (de 5,9% para 5,88% ao mês e de 98,95% para 98,5% ao ano).
As taxas dos bancos para financiamentos de veículos ficaram estáveis, a 2,32% ao mês e a 31,68% ao ano. A única alta foi observada nas taxas do cheque especial, de 12,56% para 12,58% ao mês e de 313,63% para 314,51% ao ano.
Com isso, a taxa média de todas as linhas de crédito para pessoa física pesquisadas recuou de 8,20% para 8,16% ao mês e de 157,47% para 156,33% ao ano. Entre as linhas para pessoa jurídica, a taxa média recuou de 4,82% para 4,74% ao mês e de 75,93% para 74,32% ao ano.
Para o diretor executivo de Estudos e Pesquisa da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, as quedas podem ser atribuídas à redução de 0,25 ponto porcentual da taxa básica de juros (Selic), para 13,75%, promovida pelo BC no fim de dezembro, e também pela expectativa de novas reduções da Selic frente à redução da inflação. O BC começou a reduzir a Selic em outubro, com corte de 0,25 p.p.
"Com certeza 2017 começa com uma nova perspectiva, em 2016 tivemos altos índices dos juros no país, históricos para ser mais preciso, agora, já na primeira reunião do ano do Copom, é possível que tenhamos uma nova redução, o que coloca o Brasil diante de uma nova realidade", afirmou.