quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Entram em vigor sobretaxas dos EUA sobre US$ 16 bilhões em produtos chineses

O governo dos Estados Unidos impôs, nesta quinta-feira (23),
sobretaxas de 25% sobre produtos importados da China no 
valor de US$ 16 bilhões, no que representa outro episódio na 
guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.
A autoridade alfandegária americana começou a cobrar
oficialmente esses encargos à 0h (horário local, 1h de Brasília)
a um total de 279 produtos, incluindo certos tipos de óleos 
lubrificantes, tubos de plástico flexível e motores de 
ar-condicionado, entre outros.
A primeira medida foi respondida da mesma maneira por
Pequim, que também anunciou que responderá a esta segunda, 
que entrou em vigor hoje, com encargos do mesmo valor.
Depois desta última resposta do governo chinês, o presidente
americano Donald Trump anunciou seus planos de aplicar 
tarifas sobre  produtos  importados da China avaliados em 
US$ 200 bilhões, que seriam de 10%  em princípio. No entanto, 
pouco tempo depois, o magnata repensou sua estratégia de 
coação e solicitou uma cobrança adicional de 25% sobre 
esses US$ 200 bilhões.
O Escritório do Representante de Comércio Exterior dos EUA
(USTR, na sigla em inglês), responsável por impor as sanções 
comerciais, está atualmente analisando essa proposta de Trump
de aumentar o alcance das tarifas e divulgará sua decisão nas 
próximas semanas.
As conversas entre Washington e Pequim em matéria comercial
se estagnaram nos últimos meses, período no qual os dois países 
começaram a se sobretaxar reciprocamente, iniciando uma temida 
guerra comercial que até agora teve pouco impacto em nível 
macroeconômico.
Até o momento, os negociadores dos dois países realizaram três 
rodadas de reuniões para buscar uma solução, mas não
conseguiram evitar que Trump continuasse anunciando novos 
aumentos de tarifas, 
que foram respondidos pela China com represálias equivalentes.
A primeira reunião ocorreu em Pequim no final de abril. Depois, os representantes dos países decidiram em Washington deixar 
"em aberto" o conflito e, finalmente, no início de junho, voltaram a 
se reunir na China. É esperada para a próxima semana a visita de
 uma delegação chinesa à capital americana para prosseguir com 
os contatos.

Precisamente nesta quinta uma delegação chinesa do segundo
 escalão esteve reunida na capital americana com uma equipe do 
governo Trump, embora os detalhes da reunião não tenham sido 
divulgados.
Por enquanto, a imposição de tarifas não atingiu o principal
objetivo  do presidente Trump, a redução do enorme déficit 
comercial com a China.
O governo dos EUA calculou que, na primeira metade do ano,
desequilíbrio na balança comercial em favor de Pequim 
aumentou 8,3%, depois que em todo o ano de 2017 alcançou
 o recorde de US$ 375 bilhões.

EFE