O funeral de Aretha Franklin chegou ao fim, com o caixão da cantora sendo levado para o cemitério Woodlawn, em Detroit, após mais de seis horas de apresentações musicais e homenagens à Rainha do Soul nesta sexta-feira. A cerimônia no Templo Greater Grace, que ganhou transmissão por canais de TV e sites americanos, recordou a vida e o legado de Aretha, morta aos 76 anos, em 16 de agosto, vítima de um câncer de pâncreas.
A última apresentação do dia foi de Stevie Wonder, grande amigo da cantora, que fez uma performance de As. “A razão que nos trouxe aqui hoje foi o amor – por causa do quanto amamos essa mulher”, disse. “O que precisa acontecer hoje não só neste país, mas no mundo, é fazer o amor grande de novo porque vidas negras importam, porque todas as vidas importam. E se nós amamos Deus, então nós realmente sabemos que o nosso amor vai fazer as coisas importarem quando tornarmos o amor grande de novo. Foi isso o que Aretha disse durante toda a sua vida.”
Outros números musicais foram o de Ariana Grande, que interpretou o sucesso de 1968 (You Make Me Feel Like A) Natural Woman, acompanhada por um coro gospel, Faith Hill, Chaka Khan e Jennifer Hudson, entre outros.
Além das apresentações musicais, Aretha foi homenageada por políticos, pastores, ativistas e sua família. O ex-presidente Bill Clinton, que foi à cerimônia acompanhado de sua mulher, Hillary, fez um discurso para homenagear a artista, relembrando que, na última vez em que se viram, a cantora o cumprimentou dizendo: “Como você está, querido?”. “Essa mulher nos reuniu aqui hoje não por seu talento de tirar o fôlego, que ela tinha, mas porque ela viveu com coragem, não sem medo, mas superando seus medos”, afirmou.
Também foram lidas cartas enviadas por George W. Bush e Barack Obama destacando a contribuição da cantora ao país e sua relevância cultural. “Sua música capturou alguns dos nossos desejos mais profundos, afeição e respeito, e, através de sua voz, Aretha levantou milhões, empoderando e inspirando os vulneráveis, os oprimidos, e todos que talvez só precisassem de um pouco de amor”, disse Obama. Já Bush chamou a cantora de “uma mulher de realizações com um caráter profundo e um coração amoroso.
Entre os familiares da americana estavam Victorie Franklin, sua neta, que relembrou como era a mulher por trás da artista. “Lembro que quando era criança as pessoas sempre me perguntavam: ‘Como é ser neta de Aretha Franklin?’. Eu sempre encolhia os ombros e dizia: ‘Não sei, é só a minha avó’.”
Vários carros Cadillac rosados – um símbolo do sucesso de Aretha Freeway of Love, um hino para a cidade que adotou, Detroit – se alinharam diante da Igreja para acompanhar o cortejo fúnebre até o cemitério Woodland, onde a diva foi enterrada ao lado de seu pai, irmãos e irmãs.
A família de Aretha planejou uma grande despedida. A cantora ganhou um velório público, no Museu Charles H. Wright de História Afro-Americana, em Detroit, nos dias 28 e 29. Seu caixão ficou aberto e os fãs puderam prestar suas homenagens.
Com AFP