sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Não tem petista grátis

Crédito: Ricardo Stuckert
REDE ILEGAL Candidatos petistas, como Wellington Dias e Gleisi Hoffmann, se beneficiam de propaganda ilegal nas redes sociais (Crédito: Ricardo Stuckert)
O vil metal passou a impulsionar as campanhas eleitorais do PT. Já foi o tempo em que o partido arrecadava fundos para a promoção de seus candidatos por meio de ingênuos militantes, que vendiam botons e camisetas para levantar recursos financeiros para enfrentar adversários endinheirados. Agora, o novo PT, que emergiu do mensalão e do petrolão, faz campanhas ilegais nas redes sociais na Internet para promover seus inescrupulosos integrantes. Esta semana veio a público um escandaloso esquema arquitetado por militantes no Twitter, através de “influenciadores digitais”, com o objetivo de inflar artificialmente os políticos petistas Wellington Dias, candidato à reeleição como governador do Piauí, Luiz Marinho, candidato a governador de São Paulo, e Gleisi Hoffmann, candidata a deputada federal pelo Paraná. O esquema foi montado pela Follow, uma empresa digital criada pelo deputado federal Miguel Corrêa (PT-MG). A Follow foi constituída no dia 30 de julho, com capital de R$ 100 mil, unicamente para coordenar a tramóia eleitoral, que consiste em fazer propaganda ilegal na internet, usando os “influenciadores”, mediante pagamentos de R$ 1.500 a R$ 2.500 por mês, verba que está sendo chamada de “mensalinho”. Esses influenciadores replicam informações favoráveis aos petistas nas redes em troca de dinheiro, o que a lei eleitoral pune com multa de R$ 30 mil e até prisão para os infratores.
Se a propaganda estivesse sendo feita gratuitamente, tudo bem, mas o problema é que esses “influenciadores” usam desavergonhadamente a internet para divulgar a propaganda eleitoral em troca de dinheiro. Há até contratos em que eles se comprometem a fazer o sujo trabalho através do recebimento de R$ 5 mil em dois meses na atual campanha. O esquema veio a público com a divulgação de um e-mail de Isabella Bomtempo, funcionária da aceleradora digital VBuilders, que funciona no mesmo prédio da Follow. O proprietário da VBuilders, Luis Veloso, também já trabalhou com o deputado petista em Belo Horizonte. Isabella revelou que estava ajudando a Follow a “promover ações de militância política para a esquerda”.

Nesse e-mail, ela diz que aceitou participar da ilegalidade, mas depois se arrependeu. Chegou a revelar um dos trechos do “conteúdo elogioso” que deveria transmitir nas redes. “Fale sobre como o governo federal golpista atual está tirando verbas da educação e congelando os investimentos por 20 anos; Fale sobre a candidatura de Lula de maneira descontraída; Fale sobre como as mulheres são pouco representadas na política; Fale como a direita não apóia e não sustenta abertamente os LGBT’S e por aí vai…” Isabella confessou que os “influenciadores” recebiam R$ 1.500 por mês para participar da propaganda ilegal nas redes: “Pode ser 1 tweet, 1 story, você escolhe”, disseram a ela.
Quebra de sigilo
A Follow subcontratou as agências BeConnect e Lajoy, que também prestam serviços ao PT para “monitorar redes sociais”. O envolvimento dessas empresas foi escancarado quando uma das participantes da divulgação das “ações elogiosas” ficou inconformada por ter que elogiar também o governador do Piauí em seus posts no Twitter. Ao tomar conhecimento da maracutaia, o advogado Carlos Yuri, do PSDB em Teresina, protocolou uma representação contra a campanha de Wellington Dias pedindo que ele seja punido. O MP de Minas Gerais pediu a quebra do sigilos das empresas e dos ativistas digitais. A usuária do Twitter, Paula Holanda, @pppholanda, que participou do grupo e denunciou que as “postagens com conteúdos de esquerda” estavam sendo pagas, anunciou pela Internet seu desligamento da operação ainda no domingo 26. Rodrigo Cardoso, da BeConnect, confirmou que sua empresa havia sido contratada pelo PT e não negou ter relações com Miguel Corrêa, da Follow. Rodrigo foi nomeado como secretário de gabinete do parlamentar no dia 4 de julho e namora a sobrinha do deputado, que também é sócia da Follow.
A Follow desenvolveu o aplicativo “Brasil Feliz de Novo”, usado pela chapa encabeçada por Lula. Por meio dele, os “influenciadores” lançam as notícias positivas e compartilham as informações elogiosas, de acordo com Joyce Falete, dona da Lajoy, confirmando que indicava militantes para o esquema. Ao que tudo indica, trata-se apenas da ponta do novelo de mais um crime praticado pelo PT, que cada vez deixa mais clara sua intenção de macular o processo eleitoral.
Chapa criminosa
Se não bastasse a chapa do PT para a Presidência ser encabeçada por Lula, preso em Curitiba, agora seu vice, Fernando Haddad, também entra para o rol dos petistas acusados de cometer crimes. Ele foi denunciado na segunda-feira 27 pelo Ministério Público de São Paulo em uma ação de improbidade administrativa na qual os promotores pedem sua condenação por enriquecimento ilícito. Tudo porque o MP concluiu que Haddad “tinha pleno conhecimento” de que foi a empreiteira UTC, de Ricardo Pessoa, condenado na Lava Jato, quem pagou uma dívida de R$ 2,6 milhões da campanha do PT para prefeito em 2012. Em depoimento na Lava Jato, Pessoa confessou que entre maio e junho de 2013 a UTC pagou uma dívida da campanha de Haddad junto a gráficas que imprimiram material da campanha. Os pagamentos foram feitos por meio do doleiro Alberto Youssef, a pedido do ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, que também está preso em Curitiba. Além de pedir a condenação do ex-prefeito, o MP pede a perda de seus direitos políticos, além do bloqueio de bens no valor de até R$ 14 milhões. Dessa forma, a chapa criminosa do PT para presidente está cada vez mais enrolada. O crime faz parte do DNA petista.