Denise Luna, O Estado de S.Paulo
O presidente da Eletrobrás, Wilson Ferreira Jr., se disse preocupado, nesta quarta-feira, 23, com o arquivamento da MP 814 (que trata do leilão das distribuidoras da Eletrobras no Norte e Nordeste), mas afirmou acreditar que uma solução será encontrada a tempo de se vender as seis distribuidoras deficitárias.
O deputado Rodrigo Maia anunciou na terça-feira que o conteúdo da MP 814 poderá ser incorporado no projeto de lei da privatização da Eletrobrás, cujo relator é o deputado José Carlos Aleluia. No pregão desta quarta, as ações da Eletrobrás fecharam em queda de 11,47% (ON) e 9,42% (PNB).
“As colocações que me foram feitas é de que se colocarem em urgência dará tempo”, afirmou Ferreira Jr., lembrando que a venda das distribuidoras é prioridade do governo, assim como a privatização da Eletrobrás.
Sobre a possibilidade de liquidação das distribuidoras, Ferreira Jr. afirmou que seria “a pior alternativa”.
“Eu tenho até 31 de julho para operá-las conforme deliberações da última assembleia. Estou indo para Brasília discutir as alternativas, a liquidação é a pior alternativa”, afirmou.
Ele informou ainda que se precisar operar as distribuidoras por mais tempo terá de ser autorizado por uma assembleia. “O que atende melhor ao consumidor é a privatização”, completou.
Dívidas. Ele descartou a possibilidade de antecipar o pagamento das dívidas das distribuidoras e informou que a Eletrobrás já incorporou as perdas de cerca de R$ 14 bilhões que já foi realizado com essas companhias.
“Foi com base nessas perdas que nós propusemos lá atrás assumir dívidas de R$ 11 bilhões e com base da perspectiva da MP 814, o controlador votou para assumir dívidas de R$ 8,5 bilhões porque tinha a contrapartida de créditos, e é desses créditos que eu estou falando”, disse.
Ferreira informou também que na reunião de amanhã do Conselho de Administração da Eletrobrás será votada a venda das 70 SPEs da estatal por meio de leilão.