terça-feira, 29 de maio de 2018

Ações da Petrobras sobem mais de 8% após tombo da véspera


Predio da Petrobras na Av Chile, centro do rio de janeiro. - Pedro Kirilos / xxxxx


Ana Paula Ribeiro, O Globo


Após o derretimento de ontem, as ações da Petrobras operam em alta de mais de 10% e levam o Ibovespa para o terreno positivo. O principal índice do mercado lobal sobe 0,66%, aos 75.854 pontos, mesmo em um dia negativo no mercado externo. Já o dólar comercial opera com bastante volatilidade, com alta de 0,29%, cotado a R$ 3,74.

Na avaliação de Raphael Figueredo, analista da Eleven Financial, essa valorização é decorrente da queda dos últimos dias, em especial de ontem, quando os papéis da Petrobras caíram mais de 14% e o Ibovespa fechou em queda de 4,49% - a maior em um ano.

- Estamos diante de uma recuperação de mercado, de gente em busca de "pechinchas". 

Essa alta, no entanto, não representa o fim do estresse. Estamos reagindo ao cenário interno, com risco fiscal, temor de aumento de imposto e a Petrobras - disse.

As ações da Petrobras operam em alta. As preferenciais (PNs, sem direito a voto) sobem 10,76%, cotados a R$ 18,73, e as ordinárias (ONs, com direito a voto) avançam 11,11%, a R$ 21,99, liderando os ganhos do Ibovespa.

A forte queda do pregão anterior ocorreu em um dia de feriado nos Estados Unidos, o que reduziu a participação de investidores estrangeiros, que voltaram a atuar nesta terça-feira.

Ainda entre as ações mais negociadas, os papéis da Vale caem 1,95%. No caso dos bancos, que possuem o maior peso na composição do índice, o pregão começou com ganhos fortes, mas agora perdem a força. As preferenciais do Itaú Unibanco caem 0,48% e as do Bradesco sobem 0,37%. 

Na avaliação de analistas do mercado, um dos motivos internos para que a moeda americana tenha subido na abertura dos negócios é a continuidade da paralisação dos caminhoneiros, que está em seu 9º dia.

Na véspera, o dólar comercial subiu forte, a R$ 3,729, e fechou com uma valorização de 1,63% ante o real.

Na noite de ontem, o Banco Central (BC) anunciou que manterá em junho os leilões de swap cambial (equivalente a uma venda de moeda no mercado futuro). A quantidade está em 15 mil contratos ao dia, o que equivale a US$ 750 milhões de liquidez adicional. Além disso, a autoridade monetária está fazendo a rolagem dos contratos que vencem em 1º de julho.

O dólar opera em alta acompanhando movimento do seu par do exterior, mesmo com o aviso do BC de continuar fazendo a oferta adicional de swap - avaliou Jefferson Luiz Rugik, analista da Correparti Corretora de Câmbio.

No exterior, os principais indicadores operam em queda. O Dow Jones cai 0,71% e o S&P 500 tem desvalorização de 0,63%. O governo dos Estados Unidos afirmou que vai anunciar nas próximas semanas a lista de importações da China que terá uma tarifa adicional. São cerca de US$ 50 bilhões em bens que terão uma sobretaxa de 25%.

Já na Europa as bolsas caem com a incerteza política na região, em especial devido à situação política na Itália, a terceira maior economia da região. O FTSE 100, de Londres, cai 0,71%, e o DAX, de Frankfurt, recua 0,63%.